24 novembro, 2011

POR QUE USAR O CINTO DE SEGURANÇA?




Aproveitando este momento em que o GRUPO RBS nos apresenta os resultados de importante pesquisa do Instituto Mapa sobre MOBILIDADE URBANA, volto a levantar a questão do título: o uso do CINTO DE SEGURANÇA é obrigatório por nos oferecer segurança enquanto o veículo está em movimento ou apenas para efeito de cumprimento de lei?
Observando a foto, pode-se chegar a algumas indagações:
- se somos obrigados a utilizar o cinto-de-segurança apenas porque há uma lei que reza que devemos nos amarrar aos bancos de alguns tipos de veículos motorizados, qual seria a justificativa desta lei? o quê MURILO ANTUNES ALVES, vereador de São Paulo, tinha em mente quando apresentou o projeto que resultou na LEI que obrigava o seu uso, e Paulo Maluf, então prefeito, que o sancionou?
- se somos obrigados a utilizar o referido cinto para a nossa proteção, por qual razão estes passageiros não precisam ser protegidos enquanto são transportados em ônibus urbano, como acontece em qualquer cidade brasileira?
- se, pela legislação em vigor, crianças desta idade devem ser transportadas assentos aprovados pelo INMETRO (e os ônibus até disponibilizam bancos para pessoas carregando crianças, assim como para gestantes, idosos e portadores de necessidades especiais), por que a tal CADEIRINHA, ou adequado substituto, não é disponibilizada?
- o quê torna os passageiros de ônibus urbanos mais imunes a traumas por acidentes de trânsito que alguém sentado num confortável (e merecido) automóvel arrodeado de air-bags?
Com a palavra, autoridades, especialistas e, principalmente, passageiros.



Ps. 1 - percebam que nem comentei a respeito dos passageiros que viajam em pé.

Ps. 2 - saiba muito mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)


21 novembro, 2011

QUE FAREMOS ATÉ O PRÓXIMO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA?

Para um reflexão a respeito da efeméride denominada DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA (20/11) e do que normalmente acontece à maior parte dos negros, no Brasil e pelaí afora, no restante do ano, sugiro assistir o vídeo abaixo. Trata-se de trecho do programa PROVOCAÇÕES, apresentado por Antônio Abujamra na TV Cultura. Pode ser interessante confrontar a opinião de ITAMAR ASSUMPÇÃO sobre temas como preconceito racial e movimento negro com fato de ele ter sido preso por causa de um toca-fitas. O poema declamado por Abujamra e as outras declarações temperam o papo.

Enquanto isto, como você acredita que o negro - e sua cultura - será tratado de hoje, 21/11/2011 até 19/11/2012? Acredita que será na base do pão-de-ló, com microfone aberto, editorial nos órgãos de imprensa e festa na praça? Ou será que já retiraram o cenário festivo e reinstalaram o pelourinho?
Com a palavra...
{8¬?




Ps.: saibam mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

07 novembro, 2011

FLORIPA x MEIMBIPE

Para quem é de FLORIANÓPOLIS ou veio morar aqui ou veio pasear ou pretende morar aqui, sugiro a leitura deste artigo do cumpadi CÉSAR FLORIANO que foi anteriormente publicado no jornal NOTÍCIAS DO DIA.
Aos que tiverem um pouquinho mais de disposição, sugiro refletir sobre o tema do texto, ainda que brevemente. Como se diz em Minas, antes pingar do que secar.
Boa leitura e aproveite para navegar pelos hyperlinks (PALAVRAS REALÇADAS)!

{8¬)


"Uma Ilha chamada Meiembipe,
uma cidade chamada Florianópolis

Ao terminar de ler o livro “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra” do escritor moçambicano MIA COUTO, uma obra prima da literatura contemporânea, pensei na nossa ilha querida, Ilha de Meiembipe. O livro narra a trajetória do jovem Mariano, protagonista da história, que retorna à sua terra natal, a ilha Luar-do-chão, para coordenar os procedimentos, comuns às famílias moçambicanas, da morte do seu avô, o velho Dito Mariano. Ao chegar à ilha, tomou conhecimento, de forma inusitada, dos mistérios que rodeiam o morto, a família e o lugarejo de sua infância. Esta história que me comoveu de forma marcante, primeiro pela impecável narrativa e em segundo por suas metáforas, me serve de partida para refletir sobre o processo de ocupação e urbanização da Ilha de Santa Catarina.

Depois de anos afastado do convívio familiar e da ilha, o jovem Mariano se depara com a destruição do patrimônio cultural e a venda das terras ancestrais. A especulação imobiliária, promovida em nome da modernização, do progresso e desenvolvimento, contaminam todas as relações sociais e os valores determinantes da estruturação simbólica da família. Em resposta a esta situação, uma seqüência de mistérios ronda a ilha Luar-do-chão, o funeral persiste em não se consumar, um mundo mágico vai se configurando e um morto vivo busca no jovem Mariano a possibilidade de resgate dos valores em risco. A terra em protesto da destruição do espírito do lugar se fecha para o sepultamento do avô. O coveiro tenta cavar, cavar, mas seu gesto, para o desespero da família, é inútil, o chão havia se tornado rocha. A terra mãe ilha, lugar dos ancestrais, se negava a receber o morto, seu fechamento é revolta, protesto e uma condenação aos vivos.

Este conto me fez pensar na Ilha de Santa Catarina, a destruição dos lugares sagrados, da paisagem cultural e a venda para o setor especulativo da paisagem natural. A Ilha como mercadoria, nos últimas décadas, teve sua venda anunciada, travestida de desenvolvimento e progresso. E em nome de um desenvolvimento especulativo, parte do patrimônio foi desfigurado ou destruído. Embora a máquina especulativa tenha atuado de forma agressiva sobre o território, agenciado por um Plano Diretor equivocado e pernicioso, grande parte dos elementos da paisagem cultural da ilha se mantém preservada e devem ser o objeto central de um planejamento sustentável e do novo Plano Diretor em construção.

Nas últimas décadas, alguns equívocos de planejamento e inserções promovidas por um urbanismo e uma arquitetura “tacanha”, provocaram uma desfiguração irreparável no perfil da cidade histórica e portuária. Ter construído o aterro afastando a cidade histórica do mar foi um erro irreparável, mas ter destruído o parque de Roberto Burle Marx, como continuidade da Praça XV foi uma ignorância cultural absurda. A verticalização e a ocupação desenfreada por todo o território da ilha é um desastre ecológico que tem que ser estancado imediatamente. Operação possível, mas somente a partir de uma mudança de paradigma na forma de pensar o crescimento urbano da cidade de Florianópolis e a ocupação do território da ilha. Faltou e falta para os gestores a compreensão de conceito de “insularidade”. Isto é, compreender a configuração lha como caráter do lugar, marcada por um território finito delimitado pelo mar. Compreender que é a condição de ilha que nos diferencia das demais cidades e determina nossa condição histórica. Pensar uma cidade dentro desta paisagem ilha é pensar uma cidade ilha. A Ilha de Santa Catarina, em praticamente na sua totalidade, é uma paisagem cultural que deve ser gerenciada por instrumentos avançados de urbanismo sustentável, um modelo que permita a ativação econômica sem criar desfiguração da cultura. Neste sentido, a cidade de Florianópolis não pode ser pensada como uma grande cidade capital a partir da ilha, ela tem que surgir no continente, é na sua parte continental que ela pode se afirmar como metrópole. Temos que pensar em uma cidade dividida, múltipla, polinucleada. A cidade continental deverá ser a grande prestadora de serviços, pólo de desenvolvimento regional e peça indutora do crescimento metropolitano. Não precisa ter grandes conhecimentos em urbanismo nem bola de cristal para antever esta realidade, Palhoça, São José, Biguaçu e Tijucas irão compor um grande corredor metropolitano. É urgente preparar o continente para esta realidade, criar infraestrutura para agenciar todo o crescimento que irá explodir nos próximos 30 anos nestas cidades. Transferir o aeroporto para Tijuquinhas, levar parte da máquina do estado e rodoviária, para o continente seriam algumas atitudes indutoras deste processo.

Para pensar a cidade ilha é preciso construir um plano diretor de paisagem, uma lei de paisagem rigorosa, que iniba as grandes obras de impacto. Uma lei de paisagem que preserve os visuais, os espaços perspectivos, os cones visuais, vias panorâmicas, lugares de memória, bordas d’água, trilhas, mirantes e as planícies. Na ilha a altura máxima não deveria passar de 4 pavimentos e o modelo do urbanismo baseado em lote residencial deveria ser evitado. Esta forma de ocupação é predadora para o desenho de paisagem, além de criar ruas sem definições de espaços públicos, serviços, unidades de vizinhança, alimenta a cultura dos puxadinhos e máxima ocupação do território. O modelo residencial proposto por parte do movimento social vai contra a idéia de sustentabilidade urbana.

A perspectiva de desenvolvimento para a ilha está em potencializar sua estrutura paisagística, criar uma série de eventos que dinamizem as bordas d’água em todos os seus níveis, gerando espaços públicos de laser, parques e dinamização cultural. Ativar percursos paisagísticos em diferentes escalas, trilhas, teleféricos, mirantes. Ativar o centro histórico como um corredor cultural, criando leis de incentivo para funcionamento de cinemas, restaurantes, clubes, albergues, livrarias e todos os serviços que dinamizem o setor 24 horas, o centro da cidade tem que ter vida noturna e para isto é preciso uma atitude política. A cidade ilhoa para ser viável e aprazível tem que levar em consideração seu limite de escala. Estamos no momento crítico, não podemos mais errar.

Voltando ao texto de Mia Couto, fico pensando no fantástico que seria, se a terra mãe Meiembipe, em rocha impenetrável se transformasse, impedindo novas estacas para construções, sinalizando em revolta que é preciso pensar a terra como suporte da vida e a paisagem cultural como condição e princípio de ocupação do território ilha de Santa Catarina.

Rio de Janeiro, primavera de 2011"


03 novembro, 2011

NOVEMBRO TAMBÉM É CULTURA

A Frente em Defesa da Cultura Catarinense é um movimento que agrega pessoas e entidades de todas as regiões de Santa Catarina interessadas em debater os rumos da Cultura no Estado e apresentar propostas que objetivem melhorias neste setor. Sendo um movimento aberto e horizontal, não é necessário autorização ou mesmo consultas para propor atividades relacionadas à sua razão de existir: a Cultura Catarinense. Por esta razão, a FDCC lança a

#NovembradaCultural
Por uma Política Pública para a Cultura

A #NovembradaCultural é um movimento aberto a todos que concordarem com o seu manifesto Por uma Política Pública para a Cultura, que está aberto a assinatura de entidades e coletivos. Para assinar, basta publicar um post de apoio ou inserir o selo (com o link) da campanha no seu site e/ou blog ou no do seu coletivo. As atividades também podem ser integradas a manifestações culturais já existentes como, por exemplo, a leitura das reivindicações expressas no manifesto antes de sessões de cineclubes, espetáculos, shows, exposições etc.

As propostas também podem ser debatidas nos mais diversos ambientes, tais como:
- na lista de e-mails da Frente em Defesa da Cultura Catarinense,
- no twitter, usando a hashtag #NovembradaCultural,
- no facebook (
http://www.facebook.com/event.php?eid=257220220995780),
- postando nas caixas de comentários do blog
http://novembrada.org/,
- inserindo o endereço do blog na assinatura dos seus e-mails,
- realizando debates sobre a Cultura em Santa Catarina em sua organização coletiva (sindicatos e associações),
- conversando sobre Cultura com seus familiares, vizinhos e colegas de trabalho.

A Frente em Defesa da Cultura Catarinense sugere que tanto a agenda da sua atividade quanto registros posteriores (textos, fotos, audiovisuais, clipagem na mídia etc) sejam enviadas ao blog da #NovembradaCultural para fins de agregação e difusão de informações.

E tem mais:
Santa Catarina está prestes a perder a integração ao SNC – Sistema Nacional de Cultura. Para reverter esta situação, produtores culturais catarinenses criaram uma petição pública pela integração de Santa Catarina ao Sistema Nacional de Cultura:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N15494
Assine e divulgue!!!