28 setembro, 2006

A CONCLUSÃO É DE CADA UM

Pessoal,
Participei, recentemente, de um bate papo que se seguiu à leitura de uma peça que procurava retratar um pouco da ditadura militar no vizinho Uruguai. Quando, em certo momento, eu afirmei que o golpe militar de 64 foi solicitado pela sociedade brasileira, quase todos me olharam com espanto e reprovação. Vai ver, estou equivocado, desinformado e coisa & tal. Devo ser.
Prolixo que sou, quero apenas repassar este trecho que está no blog do jornalista Nelson de Sá, da Folha de São Paulo (http://todamidia.folha.blog.uol.com.br/ ). É curtinho e não exige mais que meio minuto para ser lido. Aos que tiverem um pouquinho mais de paciência, sugiro clicar em "
áudio grátis ", onde se pode ouvir um bate -papo interessante.
Boa sorte pra nós todos.
Shasça


O colunista e o blogueiro

O site da "Veja" lança seu áudio grátis com um diálogo entre o colunista Diogo Mainardi e o "blogueiro de Veja on-line" Reinaldo Azevedo. E destaca uma passagem:
_ Eu vou me declarar golpista._ Eu acho que vai dar segundo turno. E se não der a gente vai pro tapetão.
Pela conversa, os dois concordam em quase tudo, mas o colunista diz ao blogueiro a certa altura, mais de uma vez, "pára de falar!".
Escrito por Nelson de Sá às 14h30

27 setembro, 2006

DEPOIS É O "POVÃO" QUE NÃO TEM MEMÓRIA...

Posso estar muito enganado, mas parece-me que as pessoas que dizem que apenas a massa de miseráveis apóia a candidatura Lula esquece-se de duas questões, ao menos:
1 – estarão acompanhando, pelas pesquisas, a segmentação por faixas sociais?
2 – será que sua memória alcança um período recente de nossa história eleitoral quando se afirmava que a chamada “classe dos miseráveis” é que apoiava PFL e assemelhados, por causa da desinformação e ignorância?
Enfim, onde é que está, mesmo, a desinformação?

26 setembro, 2006

AVE, PSDB! OS QUE CONTINUARÃO A SOFRER VOS SAÚDAM

... e a nossa grande imprensa, sempre apartidária e preocupada apenas com a verdade segue em frente: no seu comentário de hoje, pela manhã, Dona Lúcia Hipólito citou a instauração dos impérios de José Serra e Aécio Neves.
Eu cá, tendo nascido em Minas e morado por muitos anos em várias cidades de SP, me sinto feliz por não fazer parte do rol de seus servos.
Boa sorte pra vocês todos.

ACREDITE QUEM QUISER

Pessoal,
Aos que admiram, aos que não curtem e aos que ainda não sabem quem é o tal Diogo Mainardi, aqui vai uma chance de apreciar seu fantástico estilo de Notícias Populares pra eruditos e desavisados (ou iludidos, o que dá no mesmo).
Falo tranqüilo o que penso, por duas razões, entre outras tantas:
1 - toda e qualquer pessoa tem todo o direito de me falar o que quiser, assim como tenho o direito de reagir como melhor me aprouver;
2 - não sou empresário, empregado, aposentado, estudante, candidato e o que tenho é o que sou; portanto, tanto se me dá, individualmente, a quanto vai a inflação, a miséria, o desemprego, o preço do pedágio, a privatização do INSS ou do Banco do Brasil; como ser coletivo, desejo que todos tenham direito à felicidade, mas sei que a maneira como alcançá-la e senti-la varia de pessoa para pessoa; também sei que a ingenuidade e a boçalidade são opções válidas.
Enfim, segue um pedaço de um comentário do dito cujo e o link para a página onde se pode ler o comentário inteiro e o artigo que o “enfant terrible” liberal desovou na Veja. Os menos desatentos verão que a fonte do Diogo é um ilibado e desinteressado “integrante do PFL”.
Aos que acreditam que viver é algo além de transferir a comida do prato para o ralo, bom divertimento.
Bjs nas gurias e, machistamente, abraços apartados nos caras.


“Mainardi acusa IstoÉ de vender matéria de capa
Fonte:
A Notícia (SC) (http://www.an.com.br/ )

O colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, denunciou em seu espaço desta semana a suposta compra da matéria de capa da IstoÉ de 20/09/06 pelo governo federal. Atribuindo como fonte um integrante do PFL, ele afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Domingo Alzugaray, dono da Editora Três, que roda a IstoÉ, no final de agosto, quando teria acontecido a negociata.”
(...)
Matéria completa em:
http://www.comunique-se.com.br/index.asp?p=Conteudo/NewsShow.asp&p2=idnot%3D31836%26Editoria%3D8%26Op2%3D1%26Op3%3D0%26pid%3D22037402500%26fnt%3Dfntnl

19 setembro, 2006

CURTAS

heteropatia

pra tpm grave
língua bem suave

Floripa, 19/08/06



não corra atrás das borboletas
plante flores
e elas virão até você


inclusive as chatas

Itacorubi, out/05



afinal
a pereca da prostituta
vem a ser um órgão público?


Biscoitos finos para a massa!
Antes, porém,
Oferecer-lhe a possibilidade de uma dentadura
adequada à mesma

Floripa, concerto da OSSCA - 22/04/03

17 setembro, 2006

contraponto

seo tiago,
ao caminho de compostela,
mui prefiro
o quentinho d’uma costela
dela.


lagoa, 16/09/06


Ps: pra Bonita

13 setembro, 2006

o olhar da flautista

paira
por sobre
entre
no
tom
atenta
aflita
suave
como a pausa
necessária ao som

o olhar da flautista
por onde flui
hein, Tom?

(drakkar, lagoa, 09/12/04)

11 setembro, 2006

TEATRO

qualquer ato
é um barato:
o ator olha
através
não para
o nexo por detrás da ação

o teatro cura-me
gargalho e
de pronto
calo-me
teso
anseio o golpe
mas não é ainda
relaxo-me

o tempo passeia
tenso

súbito
um punhal rasga o vil
agora
os ainda covardes punhais
vão surgindo do limbo da platéia
e avançam
freneticamente
por sobre toda a vilania deste mundo

enfim
o sangue por entre os dedos
reconfortante

esta noite
dormiremos tranqüilos



ps.: acabo de assistir um documentário dobre Antunes Filho, o mago do teatro: o cara não é fácil.

06 setembro, 2006

A PARTILHA

"quem parte e reparte,
fica com a maior parte
"
(da ignorância popular)

a propósito,
não seriam o seqüestro, o estupro, o roubo,
a corrupção, o tráfico (de droga
e/ou influência), o dízimo, a
esmola, a extorsão, a quermesse,
o golpe do baú, a prostituição e,
principalmente, aquele nosso jeitinho,
entre outras coisinhas mais,
meras alternativas de distribuição de renda
eclipsadas nas teses de Mister Adam Smith e
seus neo-comparsas?

05 setembro, 2006

ENQUANTO ISTO, NO PORÃO...

- Lavar o convés?
Hummm... Sim, Senhor...
Ah, sim... prá mim vai ser muito bom
aprender mais uma outra lição
de como viver neste maravilhoso barco.

“O cara de pau fala que nem pai:
‘- Você precisa aprender, meu filho.
Um dia você ainda vai me agradecer.

Ah, filho da puta!

Muito bom!
C’est très chic, M’sieur!
Morar no porão,
cuidar da boa aparência do convés,
e sair na porrada com ratos e baratas
pelas sobras do banquete.
Ai, a felicidade dos deveres!
Direitos?
Hummm! pois sim, os direitos...
Só um:
lamber botas dia e noite
e lamber de várias maneiras,
que todo Senhor é excêntrico: odeia rotina.
Ora, meu caríssimo amo,
como diz minha amiga Giselda,
vai-te à merda!
O quê? Estás espantado?
Vai à puta que te pariu!
Tu e tua democracia de merda.
De agora em diante, eu quero é a
pirataria e, prá arredondar,
a putaria:
que as donzelas da Corte sejam como
as pretas e as índias:
pau que dá em xica e ceci,
dá em lady di!
E quer saber d’uma coisa, ô...”

- AO CONVÉS! AO CONVÉS!!!
- S-sim, S-s-senhor...

“Ah, um dia ainda vôo nesta goela
e faço o Senhor engolir estes dentes.
Ah, se...”

- ÉS SURDO, Ô FILHO DA PUTA?!

- T-tô indo!

03 setembro, 2006

PALMAS, NÃO. PALMARES!

relhos
correntes
troncos
mares de sangue a escorrer pelas pedras
do pátio
no ar
os ódios e os gritos
a vida explodindo em vergões
(platéia apostas vivas sus!
doutores pedindo MAIS!
beatos pedindo MAIS!
ricos pobres
crianças velhos
madames prostitutas
todos pedindo MAAIIISSSS!!!)

frenesi
orgasmo na geral
a massa babando de prazer
um outro carnaval
e não eram três dias
mas trezentos e sessen...
(lá se vão os séculos
e corpos ainda se imolam
para o deleite das almas brancas
nos dias em que lhes é permitido
fugir das senzalas do morro)

hoje o brilho na avenida
amanhã o elevador de serviço
ou quem sabe
com um pouco de sorte
umas verdinhas no câmbio do mangue

02 setembro, 2006

PALPITANDO

Acabo de assistir CRASH (No Limite), dirigido por Paul Haggis.
É uma história de natal, com algumas situações tensas, muita gente diferente não se entendendo, uma tragédia e, como quase sempre acontece nos filmes norte-americanos, o final feliz para uns poucos. A quantidade de encontros conflitantes entre diferentes raças (ou etnias, como gostam os doutos acadêmicos) nos possibilita pensar nos tais “preconceitos”.
O termo está assim entre aspas devido à minha antiga descrença na existência de preconceitos. Claro que sei que estou duvidando de uma parte do conhecimento adquirido, ruminado e difundido por e entre os vários logos: antropólogos, sociólogos, psicólogos e etc.
Ora, tenho dificuldade em imaginar o recém-nascido, logo ao escapar do receptáculo materno, abrir os olhos e, ao ver que uma das enfermeiras é negra, abrir o berreiro com medo de ser assaltado. Também não consigo acreditar que o mesmo ou qualquer outro humano em construção olhe para um índio e já saiba que ele é indolente; para um alemão e já saiba que ele é frio; para um “turco” (como costumamos chamar todos os árabes e, nem sempre, os turcos) e já saiba que ele é unha-de-fome.
Os tais “preconceitos” são conceitos constantemente elaborados e difundidos no estilo de conviver deste predador dos predadores: o nada solidário homo sapiens. São armas distribuídas pelo grupo para serem utilizadas no enfrentamento com os diferentes. Assim como a tolerância e o respeito mútuo, sempre acompanhados de um sutil desde que... enquanto pais e mães continuam a ensinar aos meninos a agressividade e às meninas o choro como instrumentos de conquista por um lugar ao sol. Ou à lua; façam suas escolhas.
Calma! Sei que existem exceções. Conheço várias e sinto-me feliz por este privilégio.
Enfim, a meu ver, classificar esta maneira de tratar o próximo, e o distante, de “preconceituosa” é escamotear este detalhe da nossa permanente participação na construção da humanidade. Que tal seria ACREDITAR nas diferenças ao invés de respeitá-las através de camuflados filtros e senões?
De toda maneira, este papo todo é apenas uma maneira meio punk de convidá-los a assistir o filme e, principalmente, papear a respeito. O caso é que, como diz o Nelson Rodrigues, o Homem é o estilo. E eu, assim como todo mundo, tenho alguma resistência em transformar o meu.
Então...

01 setembro, 2006

tapete, um gato e eu
sentado aqui, olhando o teu retrato,
o coração, um emaranhado
feito os fios atrás da estante,
de onde vem neste instante
uma voz rouca, uma balada;
no teu cheiro na almofada
vejo a curva por onde
deixaste meu horizonte
nu


Ps.: sugestão, por motivos geográficos: trocar curva por ponte

...

o pensamento
parece uma coisa à toa
mas...
como é que gente voa?

aí...
começo a pensar

floripa, 27/07/05