25 novembro, 2015

MAIS CARINHO ÀS MULHERES!


Neste DIA INTERNACIONAL DA NÃO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHERque desejo perdure até que a tradicional forma de tratar as mulheres seja transformada, dedico este poemeu-sugestão a todas elas. E que a luta seja contínua!


NAVALHA NO CERNE

“...mas minha nega
é exatamente porque sei
das tuas dificuldades
dos riscos que corres
         (e tanto por tão pouco)
em tuas rondas noturnas
oferecendo pelas esquinas
este corpinho que deus fez
e muitas vezes
em troca
recebendo apenas porradas

neguinha
é por isto que tou aqui
pra te proteger desses jacks
que te seguem pelas madrugadas
te espreitam nos becos das viaturas

eu
que sei dos teus mais íntimos sonhos
mesmo quando te calas
pô neguinha...
sem sacanagem...”

amantes...
palavras cada vez mais sussurros
o vício e o sofrer...

amantes?!

olhares
silêncio
pensamentos
a brisa garoenta agita a cortina
momentaneamente
o neon do hotelzinho de família
invade a penumbra

algo mais brilha na alcova

ZZZAPT!

enfim
os dentes do cordeiro
alcançaram a garganta do pastor/lobo

antes do rubro sorriso tingir o chão
resoluta
posta-se Margot atrás da porta
bem  sabe que ainda não é tempo

de limpar a lâmina



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20 novembro, 2015

PARADO É SUSPEITO; CORRENDO É LADRÃO


E já que é feriado - e, como se diz o vulgo, dia de trabalhar é que é dia de branco - aí vai um singelo poemeu a respeito do estilo de relacionamento entre uma boa parte das pessoas brancas e as pessoas negras nas ruas de uma cidade qualquer.
Divirtam-se ou não. Também podem partir para aquela clássica postura: os negros são mais racistas que os brancos.
Fiquem à vontade!


PARADO É SUSPEITO; CORRENDO É LADRÃO

ainda há pouco te observava mudar de
                     cor ao me ver chegando
teu coração batendo à boca
os olhos arregalados
o outro trancado

ledo engano heim madame?
pena que o negão não tava chegando
tava só passando
o que prá madame já é demais
coitadinha
toca a engolir o coração de volta

pois é
nessas horas
a madame se esquece
         das porradas que leva do galego seu
                                 marido
         daquele vizinho de condomínio que
                estuprou a empregadinha
         do outro
         que a madame deconfia
         que transa com a própria filha
se esquece até daquele pesadelo
que pertuba suas noites de jejum
         a madame tá caminhando no guarujá
         de repente
         salta em cima da madame
         aquele puta negão pelado
         aquela coisa preta
         aí a madame quer correr
         as pernas amolecem
         cai
         sente aquelas mãos ásperas
         aquela boca chegando... chegando...
         e aí...

a madame acorda toda molhadinha
todo o corpo ardendo
e não consegue mais dormir com o
                        ronco do galego

tudo isso me dá um dó
porque eu vejo o mesmo nos olhos da sua
                filhinha tão fresquinha
e daquele seu filhinho de fala mole
imagino
que os seus antigos também eram assim

mas olha
liga não
vida de nego é difícil
         (já dizia a canção)
mas a de branco também não é fácil
é cada susto
e aí eu levo uma vantagem
não tenho a grana mas sou negro
só me assusto quando pintam os...
         (a madame sabe de quem tou falando)
pois nunca se sabe
se eles tão do lado da gente
ou da madame

mas sabe
no fundo
não vou perder meu tempo te odiando
te desejo fama e glória
ainda quero ver sua foto
nas paradas de sucesso do NP

e prá madame ver como são as coisas
no momento em que te falo
         (sugestivo heim?)
tou tomando um vinho branco
com uma amiga que tem a pele como a tua
só que não é branca

é uma amiga

19 novembro, 2015

NÃO MAIS MARIANA’S!


A que serve uma área alagada de resíduos altamente perigosos, cujo volume aumenta indefinidamente? Quantas barragens abarrotadas de resíduos de mineração temos no País?
Muito se tem lamentado, falado, escrito, orado e memetizado sobre a TRAGÉDIA ocorrida na BACIA DO RIO DOCE, com o rompimento da barragem destinada a armazenar resíduos de responsabilidade da mineradora SAMARCO. Para piorar, há o risco do desmoronamento de outras duas represas do mesmo tipo e na mesma bacia. Como quase sempre, oferece-se a oportunidade para que políticos eleitos e derrotados, jornalistas sensacionalistas, analfabetos virtuais e eco-catastrofistas de plantão se esbaldem com a tragédia do momento.
O Humano, em geral, atém-se ao fenômeno, que é palpável e carece de pouco esforço para ser notado. Poucos se dedicam a refletir sobre as causas e, principalmente, formas de eliminação das mesmas com o objetivo de se evitar a repetição do estrago. Já aconteceram OUTROS ROMPIMENTOS e, pelo jeito, o fato voltará a ocupar as manchetes ainda por um bom tempo. O raio pode até não cair duas vezes no mesmo lugar. Porém, há sempre o risco de cair na vizinhança.
O passo fundamental - que deveria ter sido dado na implantação desta e de qualquer outra mineradora - é exigir, antes de autorizar sua instalação e funcionamento, o projeto do sistema de tratamento dos resíduos. Como esta exigência não foi apresentada antes, que seja do presente momento em diante condição sine qua non para o desenvolvimento da atividade de mineração.
Durante um curso de gerenciamento de resíduos sólidos, uns 20 anos atrás, ouvi do ministrante que a razão da poluição industrial é simples: a empresa privatiza o lucro e socializa o prejuízo. Será que não estamos passando da hora de empresas, assim como indivíduos, também privatizarem o prejuízo que vierem a causar? Apenas multar, pois mais alto que seja o valor, não garante a interrupção do risco de dano. Todo mundo conhece histórias envolvendo motoristas com dezenas de pontos na carteira e que, impunes ou não, sobem na calçada e atropelam e matam pessoas. Multas, a empresa insere nos seus custos de produção, repassando-as para os de sempre: os consumidos – ops!, quero dizer, os consumidores.
Lamúrias apenas engordam os que sabem faturar com prantos e ranger de dentes. O Cidadão não se descabela. Age.


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HURDY GURDY

Para quem ainda não conhece - e para quem já - apresento um HURDY GURDY, a orquestra de um instrumento só, construído por Cumpadi Edão.