25 outubro, 2014

BOA VIAGEM, JACK!

Olhaí o parceiro que vai acompanhar Junim na viagem: JACK BRUCE!



Depois deste e de Jaco Pastorius, o mundo do baixo nunca mais foi o mesmo!


Ps.: para saber mais, navegue pelo HYPERLINK (palavras realçadas)

21 outubro, 2014

BOA VIAGEM, MEU IRMÃOZIM!



Lá pelo início dos anos 80, fomos – Junim, Piu e mais alguém cujo nome não me lembro – visitar um fornecedor da Leiteria Mumu. Na propriedade havia uma olaria. Aproximei-me e fiquei observando a lida de um homem de cabelos brancos e um menino de uns quinze anos, no máximo, manuseando o barro, amassando-o e colocando-o nas formas. Na volta, vim calado, o que não é muito comum de acontecer, como se sabe. A cena ocupava-me as parcas sinapses.
Quando chegamos à casa do Piu, onde costumava me hospedar quando ia passar os finais de ano em Caldas – MG, fui direto à máquina de escrever. Arranquei pedaço de um cartaz do Espectro Contínuo, banda rockeira de Cosmópolis - SP, e enfiei na máquina. Comecei a catamilhografar. Junim veio com o violão, pôs o pé na cadeira onde eu estava sentado e começou a dedilhar. De mim, as palavras saiam compulsivamente, apesar de meus dedos gagos. Lembro-me de sua pilhéria:
- “Do jeito que você escreve, ainda vai ser escritor. Dizem que escritor não sabe escrever à máquina.”
Terminei o poema, ainda sem nome, e recostei-me na cadeira. Junim perguntou:
- “terminou?”
Eu respondi:
- “Sim. Falta o nome.”
Ele retrucou:
- “Bota ‘Sô Vicente’, que é o nome daquele senhor que estava fazendo os tijolos.”
Dito isto, arrancou o pedaço de papel da máquina, sentou-se e cantou. Nossa música ficou pronta ali. O canto está na minha mente até hoje. O poema é o que se segue:

SÔ VICENTE

o oleiro
na sua santa inocência
atolava sua imaculada mão na argila
e fazia os tijolos
que formariam o muro
barreira
entre o pomar do patrão
e a fome dos seus filhos

o bom deus
como de hábito
espalhava suas eternas bênçãos
sobre o homem de boa fé
seculus seculorum
amém...

AMÉM?!

Ps.: a foto é da vez mais recente que nos vimos.

10 outubro, 2014

PILATEAR TAMBÉM É DEMOCRÁTICO


É interessante como fazer comentários sobre comportamentos políticos passou a ser considerado agressão ideológica ou tentativa de catequese. Pelo jeito, parece que só é possível conversar se se estiver de acordo com as crenças e praticâncias dos demais participantes do embate. Embate que, normalmente, é considerado - ou buscado - como se fosse um combate. À Ágora moderna só de vai de tacape ou bíblia em punho.
Como nunca fiz nem faço questão de acompanhar movimentos, tampouco pretendo acusar quem quer que seja, prefiro comentar comportamentos. Até porque, Quando cito alguém, algo ou algum lugar é para não ficar papeando nas nuvens. Posto isto...
É bacana, do meu ponto de vista, ver partidos políticos – ou entidades, como no caso de Marina – liberando seus filiados e simpatizantes para que não votem ou, se decidirem votar, que o voto seja dedicado a este ou que não seja dedicado àquele. Se isto não é pilatear politicamente é o quê, então? E já deixo claro que nada tenho contra o costumeiro hábito de lavar as mãos, tão próprio da cultura judaico-cristã.
Lavar as mãos, além de evitar incômodos sanitários, permite que o “lavante” se sinta “não responsável” pelo que acontecer, já que ele acredita que não participou do processo. Como se o defunto não fosse partícipe da própria missa. E dou meu próprio exemplo: não participei da tomada de decisão que deu o golpe civil de 1964, tido como militar, mas contribui para a permanência da respectiva ditadura. Participei, por exemplo, ao receber um doce de meu pai, já que eu tinha nove anos em 1964. A compra do doce gerava tributos que contribuíram, naquele período, para que os governantes de então fizessem o que fizeram. Da mesma maneira, as pessoas que foram para as ruas marchar com a família & cousa & lousa e as que pegaram em armas, participaram dos tais anos de chumbo (chumbo cor-de-rosa para alguns direitosos modernos) cada um a seu modo. Obviamente, também houve os que lavaram as mãos. Reconheço que as conseqüências foram um pouco mais danosas que as resultantes de outras lavações, como a atual.

Voltando ao título, pilatear, embora implique em co-responsabilidade, talvez seja o ato mais praticado nas democracias.

06 outubro, 2014

O ELEITORADO PAULISTA




Considerando a votação deste 2014, no Estado de São Paulo, quedo a imaginar qual cientista político seria capaz de apresentar uma explicação razoável a respeito dos resultados advindos das urnas. Creio que PERRY ANDERSON – e até mesmo BOBBIO – teriam menos dificuldades em destrinchar a opção BERLUSCÔNICA de alguns países europeus que explicar a “voz rouca” paulista.
Não faço esta observação motivado pela expressiva votação do candidato tucano à presidência. Estava prevista. O que me chama à atenção é a reeleição do governador. Num Estado que, segundo alguns, tanto clama por mudanças, ele chega ao seu quarto mandato, ao final do qual o estilo tucano-paulista de governar terá completado 24 anos. Quase um reinado, se me permitem o chiste.
Outro fato interessante é ver o artista TIRIRICA, que muita gente indignada apontava seu mandato de Deputado Federal como resultado das vicissitudes da política brasileira, ser o segundo deputado mais votado, com 1.016.796 declarações explícitas de apoio. Nada tenho contra Tiririca. Até porque ele é considerado um dos parlamentares mais assíduos do Congresso. O interessante, neste caso, é a “aparente” incoerência entre o discurso do eleitorado e a sua prática.
Pensando bem, creio que o mais indicado para analisar o estilo da maioria dos paulistas escolher seus mandatários talvez seja VOLTAIRE, alguém que entende um bocado da alma humana.

É óbvio que estou generalizando. Porém, estarei equivocado?

Ps. 1 - Como se sabe, generalizar não é totalizar.
Ps. 2 - Saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

05 outubro, 2014

VOTO SIM!

A poucas horas do início da votação que elegerá @ mandatári@, a GLOBONEWS transmitiu uma edição especial centrada nas Eleições 2014. Entre outras matérias, exibiu o perfil, segundo seu estilo de isenção, dos três candidatos mais prováveis de alcançar o sucesso. Obviamente, para mim, iniciaram com o perfil de DILMA acentuando sua participação no movimento político que enfrentou a ditadura civil, estrelada por militares.
Em seguida, o programa apresentou o perfil de AÉCIO, destacando sua participação numa escola de samba mirim, sua ligação com Tancredo, e seu desempenho como governador de Minas, estado em que seu candidato, “estranhamente”, parece que será derrotado ainda no primeiro turno. Faltou fecharem com uma frase do tipo “um cara supimpa!”.
Por último, apresentaram o perfil de MARINA, com suas dificuldades em sobreviver às doenças e às relações políticas entre outras procelas. Fosse eu de ter dó, teria. Porém, não sendo um fiel praticante da cultura judaico-cristã, igualmente não pratico a piedade ou a compaixão.
Considerando o já citado estilo de isenção, a forma de apresentar a história dos candidatos não deixa de ser uma tentativa de influenciar a tal voz esganiçada das ruas. É comum aos conservadores, antiquados e modernosos, difundirem a crença de que o devido lugar da massa é na estufa.
Eu cá, voto tranquilo. Aliás, como sempre.
Primeiramente, por saber que, independentemente do partido a que sejam filiados, os candidatos a presidente, por exemplo, representam grupos compostos de membros de vários outros partidos. A diferença está nas propostas apresentadas e não nos apoios, declarados ou não.
Segundamente, porque gosto de ler jornais desde que aprendi as primeiras palavras. Também tive o privilégio de ter frequentado a UNICAMP nos tempos em que universidade realmente merecia este epíteto. Lá, quase me tornei um estudante de História.
Terceiramente, porque tenho razoável memória e sei o que eles fizeram no passado. Além de ter nascido naquelas Geraes que, de há muito, merecem outro destino que não o de ver seus veios abertos e sugados pelos mesmos.
Quarta – e finalmente – porque, conforme ficou claro no DEBATE DA GLOBO, o derradeiro antes da votação, os opositores de minha candidata preferida juraram de pés juntos que vão manter os programas do atual governo (BOLSA FAMÍLIA, PRONATEC, PRÉ-SAL et caterva), pois reconhecem sua importância.

Assim sendo, você que não vai votar em Dilma, diga-me porque razão vai votar em outro candidato. Que tal elogiar seu candidato? Vamos lá?

BOA VIAGEM, CARVANA!

Diga lá, ó HUGO CARVANA, vais trabalhar?
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