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09 janeiro, 2016

QUANTOS DE NÓS MATARAM O INDIOZINHO?



Nalgumas calçadas do centro de Florianópolis, que é por onde tenho mais circulado nestes recentes 15 anos, índios têm sido abandonados em paz. Abandonados porque deixados em paz nunca ocorreu desde que Cabral, por necessidades de um povo d’além mar que nem imaginava que já havia um povo d’aquém mar, ESTUPROU AS ÍNDIAS da tal Terra Brasilis. Obviamente, tal fato não é privilégio de Florianópolis. Cito a cidade para dar um pouco de concretude à cena. Creio que o mesmo se dá em outras cidades e vilas brasileiras, nas quais a sociedade local suporta-os sentados nas calçadas, juntamente com suas crianças, oferecendo seu artesanato aos passantes que quase não os notam.
Assim como acontece nessas calçadas, Sônia amamentava Vítor – além de existir, índios também têm nomes – na rodoviária de Imbituba - SC, quando um rapaz aproximou-se e fez uma carícia no rosto da criança. Embora seja raríssimo um branco tratar bem os índios, Sônia acreditou que iriam ganhar algum presente. De repente, Matheus, o rapaz, sacou um estilete e cortou a garganta de Vítor.
Posto que a Vida é processo e não sequencia de efemérides, como soe acreditar os fãs de almanaques tipo fontoura, o assassinato da criança kaingang,  não começou nem foi concluído no instante em que alguém cortou-lhe a garganta. Quem já leu algum dos textos de FREI BARTOLOMÉ DE LAS CASAS sabe que este tipo de encontro entre branco e índios tem acontecido desde que Colombo invadiu o continente que passou a se chamar América.
Sintomático também é este trecho do DISCURSO do deputado Fernando Furtado (PCdoB-MA):

"Lá em Brasília o Arnaldo viu, os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de viadinho. Tinha uns três que eram viado, que eu tenho certeza, viado. Eu não sabia que tinha índio viado, fui saber naquele dia em Brasília. Então é desse jeito que tá. Como é que índio consegue ser viado, ser baitola e não consegue produzir? Negativo..."

Entretanto, há um detalhe a ser considerado neste acontecimento em Imbituba: segundo o delegado que investiga o caso não há indícios de motivação étnica. Longe de mim defender quem quer que seja, até porque temos uma pessoa que morreu e outra que matou. Porém, a postagem de Renan Antunes de Oliveira no DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO deixou-me com a impressão de que Matheus foi conduzido pela própria família, que foi conduzida pela Sociedade à qual pertence, a um beco sem saída. Talvez o tenha incomodado ver uma criança recebendo algo que não lhe foi oferecido.
Refletindo sobre a maneira como a Sociedade procura tanger seus membros cheguei ao LINCHAMENTO daquela dona de casa. Linchamento este construído e incentivado pelas tais redes sociais. Mesmas redes sociais nas quais é rotineiro ler postagens que revelam desejos de que fulan(a)o ou sicrano(a) morram da pior forma possível. Redes que, às vezes, mais se assemelham às fogueiras e forcas que ornavam cidades e vilas ao tempo da Inquisição.
Como sugestão de trilha sonora pós-leitura, sugiro esta atualíssima canção de VINNIE JAMES. Principalmente, pelo refrão.




Ps. 1 – recomendo, a quem quiser refletir um pouco mais sobre como temos tratado os índios, a leitura do artigo 1500, O ANO QUE NÃO TERMINOU, de Eliane Brum.
Ps. 2 – a FOTO é de Gabriel Felipe.


Ps. 3 – saiba mais sobre o assunto clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

02 março, 2010

VÍDEO NAS ALDEIAS

VÍDEOS NAS ALDEIAS oferece ótima oportunidade para estudantes de escolas secundárias (o tal "colegial" dos meus tempos de antanho) tomarem contato com a cultura indígena brasileira e perceberem que os "indios" das novelas de TV nada têm de índios.
Você que estuda, você que é professor: não perca esta chance. Principalmente você que deseja conhecer o Brasil: ASSISTA!
{8¬)


Ps.: mais informações: Fone: 55 81 3493-3063 / olinda@videonasaldeias.org.br
Rua de São Francisco, 162, Carmo - CEP: 53120-070 - Olinda - PE -

25 setembro, 2008

ÍNDIO BOM É ÍNDIO...

Acabo de ler na FOLHAONLINE que. desafiando Karl Marx, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Menezes Direito, pediu vistas do processo que busca devolver as terras aos índios Pataxós, no sul da Bahia. É o mesmo ministro que pediu vistas dos processos envolvendo as pesquisas com células-tronco e a delimitação da Reserva Indígena Raposa do Sol.
O processo envolvendo as terras dos Pataxós, usurpadas pelos brancos, já tramita há mais de 26 anos. Se este tempo todo não deu tempo de analisar os autos, nem a eternidade será suficiente.
Na várzea, o beque pediria o boné.

Ps.: a conhecida frase-título é do
General Sheridan.

12 março, 2008

O BLOG ESTÁ TAMBÉM ÍNDIO


Está lá, na íntegra:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL346759-5598,00-INDIOS+ENTRAM+EM+CONFRONTO+COM+PM+NO+AMAZONAS.html
“11/03/2008 - 19h05 - Atualizado em 11/03/2008 - 19h30
Índios entram em confronto com PM no Amazonas
Quatrocentas pessoas viviam na área popularmente conhecida como Lagoa Azul.Segundo PM, durante reintegração de posse policiais foram recebidos com violência.
Uma reintegração de posse realizada pela Polícia Militar do Amazonas fez com que vários índios tivessem que deixar a região popularmente conhecida como Lagoa Azul, próxima ao km 11 da rodovia AM-010. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, os policiais trabalhavam, ao lado de membros da Fundação Nacional do Índio (Funai), desde o 25 de fevereiro para que as pessoas deixassem o local (Foto: Luiz Vasconcelos/A Crítica/Agência Estado)
Segundo a PM, os policiais foram recebidos com flechadas, tijoladas e golpes de pedra. Quatrocentas pessoas viviam na área, nem todas indígenas. Ainda de acordo com a PM, 12 foram detidas, um menor foi encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e três índios foram encaminhados à Funai. Três policiais ficaram feridos (Foto: Luiz Vasconcelos/A Crítica/Agência Estado)”

Entre muitas outras, uma minha pergunta singela e besta: o que diz a assessoria de imprensa dos índios? Digo “minha pergunta” porque não sei se a posso dividir com muita gente.