09 junho, 2016

CPMF? SIM, POR QUE NÃO?


Quando o governo paulista aumentou a ALÍQUOTA DE ICMS SOBRE A CERVEJA, os fabricantes puderam inserir o reajuste nos seus preços. Qual empregado em cervejaria ou outro tipo de empresa, que tenha o costume de cultuar uma estupidamente gelada, pode fazer o mesmo com seu salário? Salário, boa parte do qual é, às vezes, aplicada no saboroso citado culto.
Já afirmei em postagens alhures e, por absurdo que possa parecer à maioria das pessoas, mantenho a opinião: quem paga impostos e tributos, ao fim e ao cabo, é o assalariado. E isto independe de o salário ser o mínimo ou o top da empresa. Apenas empresários, profissionais liberais e prestadores de serviço têm a possibilidade de incorporar impostos e tributos por ventura recolhidos aos seus rendimentos.
As entidades que representam assalariados deveriam apoiar, por exemplo, contribuições como a CPMF, cujo objetivo declarado é ampliar os recursos destinados aos serviços de Saúde Pública. Obviamente que este apoio deve ser acompanhado do direito à participação na fiscalização e no acesso às decisões sobre a aplicação dos recursos recolhidos.
Talvez isto nunca aconteça. Talvez venha a acontecer quando assalariados compreenderem que o valor referente ao plano de saúde privado – que julgam ser um benefício propiciado pelas empresas – nada mais é que uma parte do salário que recebem. Porém, esta parte não conta para o cálculo de FGTS, férias, 13º salário, aposentaria etc. O mesmo se dá com vales transporte ou refeição. Ou você aí, nobre assalariado, recebe vale refeição quando entra em férias?
Os sindicatos deveriam se empenhar um pouco mais pela melhoria dos serviços públicos de Saúde, Educação, Segurança e outros que se destinam ao respeitável Público. Creio que os valores recolhidos via CPMF, se aplicados adequadamente, seriam bem inferiores ao que se paga para usufruir da sensação de se ter médicos e hospitais disponibilizados por aquele plano de saúde que vem descontado pontualmente nos holleriths. Descontos pontuais por atendimentos eventuais.
Enfim, impostos e tributos não recaem sobre a parcela mais pobre da população, como afirmam os liberais. Recaem sobre a parcela da população que sobrevive de salário.
Captou?

Ps. 1 – imagem “emprestada” do FICHACORRIDA.
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