Por ocasião de um show de Chuck
Berry em São Paulo, meu irmão Chulipa, o gaiteiro-mor de Cosmópolis, convidou-me
pra ir. Juntamente com Edão, Degan, Junião e Vascão, entre outros, já havíamos
curtido vários shows de rock e de blues. É impossível esquecer nossa ida ao festival
de blues em Ribeirão Preto, o primeiro que rolou no Brasil: Buddy Guy, Junior
Wells, Magic Slim e por aí afora. Aliás, até minha ida pra Ribeirão foi blusística:
de trem, com uma garota de Chicago e uma garrafa de whisky de cincão.
Pois, bem. Pra variar, eu estava com a
quaiaca desprevenida e não pude ir ao show de Chuck. Quando nos encontramos no
dia seguinte, Chulipa me deu a maior bronca porque eu não havia ido. Ouvi esta
bronca por muitos anos, toda vez que alguém tocava no nome do legítimo Rei do
Rock ‘n’ Roll. E não adiantava eu dizer que fiquei agoniado por não dispor dos
necessários caraminguás ao ingresso. Porém, como se diz nas Geraes, antes
pingar do que secar. Voo como posso:
Tenho certeza de que meu irmão Chulipa já
estava na fila, com seu colete preto, prontinho para curtir o primeiro show de
Berry nos palcos de lá. Enquanto aguardava, deve ter trocado altas ideias com
os guitarmen da fila: Roy Buchanan e Hendrix, entre outros.
Let the good times roll!
Ps.1 – Como não tenho muita paciência com rock-barulho, permaneço ao lado de Chuck: ele tinha mais é que ter negado este autógrafo: