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01 maio, 2018

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ



Taí o poema que sempre me vêm à mente quando se fala em trabalhador, seja lá qual for o dia do ano. Obviamente, sabemos que, segundo prega e reza o pessoal que cochila na estufa, é tudo uma questão de mérito.
Aliás, à época em que eu tentava estudar História na Unicamp, emprestei o livro para que um colega de sala, professor numa escola de São Paulo, pudesse mostrar o poema aos seus alunos. Consequência: uma de suas alunas o denunciou à diretoria e ele foi demitido. Sucedeu-se nos anos 80, bem antes de "escola sem partido" passar a ser recomendação de alguns educadores.
Grande BRECHT!

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ

Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis:
Arrastaram eles os blocos de pedra?

E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tantas vezes?

Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo:
Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Césares?

A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para os seus habitantes?

Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam
gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou?

O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?

César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?

Filipe da Espanha chorou,
quando sua Armada naufragou.
Ninguém mais chorou?

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?

A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias.
Tantas questões.

Ps. 1: imagem emprestada do site ambientalsustentavel.org
Ps. 2: saiba mais clicando no HYPERLINK (palavra realçada)

06 setembro, 2015

CANÇÃO PEQUENA PARA INCOMODAR O SONO DOS GRANDES


E, continuando com o tema infância, dedico esta singela canção de EDVALDO SANTANA às pessoas que se esforçam para que a festa no playground seja contínua e também àquelas que são dedicadas fãs dos mini-presídios entupidos de sonhos frustrados.
A reflexão sobre o tema não é obrigatória, mas sugiro uma visitinha ao romance Oliver Twist, de CHARLES DICKENS aos que pensam que maltratar crianças é coisa de hoje.




CANÇÃO PEQUENA
(Edvaldo Santana)

Agora o menino dorme
Na sua postura correta
Sozinho na noite enorme
Como quem dorme
De forma completa

Por não ter havido outro jeito
Senão crescer depressa e a esmo
Na escola da rua e ter feito de si
O indefeso refém de si mesmo

Por não ter havido diferença
Entre as coisas da vida e da morte
Foi morto com bala de polícia
Mas podia ter sido de crack ou de corte

Passarinho não cantou
Nessa madrugada
Foi um jeito que ele arrumou
Pra ser camarada

Ps.: Saiba mais navegando pelos HYPERLINKS (palavras realçadas). Há. inclusive, um disco do Edvaldo para download.