Mostrando postagens com marcador literatura brasileira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador literatura brasileira. Mostrar todas as postagens

07 novembro, 2010

PALÍNDROMOS

Este é o Palíndromo do PHILIPPE BARCINSKI:



Uns sabem; outros, não. Eu, cá, compus o meu.
E, instigado pelos PALÍNDROMOS de GILBERTO PRADO GALÁN aí vai o meu, composto há um bocado de anos:
AVIDAMUSASUMADIVA

é feito um caminhar de dentro pra fora
até entrar de novo
e sair um outro
d’ outro lado
que é este mesmo
que chamam depois mas que vem antes
assim como cada fim é o principiar de outro
não há paradas saídas entradas
há um caminho a transformar-se enquanto se caminha
assim como
o amanhã de anteontem é o ontem de hoje que é o ontem de amanhã


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

05 novembro, 2010

POESIA: TECENDO A MANHÃ



Ainda no processo de amenização pós-carnificina eleitoral, vamos de poesia.
Para mim, esta é a mais certa fotografia do nascimento das manhãs. E todo mundo, ou quase, sabe que JOÃO CABRAL DE MELO NETO é dos raros criadores do verso certeiro. Veja aí, você mesmo: não precisa paciência; precisa desejo de saber:






Ps.: no HYPERLINK (palavra realçada) há um ensaio sobre o poeta; crie ciragem e mergulhe fundo!

30 setembro, 2010

CRIANÇA FELIZ, FELIZ A CONTAR!

Antecipando o DIA DAS CRIANÇAS que, no câmbio oficial do comércioi acontece em 12/10, aqui vai une petite fille contando uma histórinha para crianças e adultos irrecuperavelmente infantis como, por exemplo, este que aqui tecla.
Aproveitando a oportunidade, posto um poema que compus pra minhas bonititas sobrinhas francesas: Laïs e Maïnah. No meu tradicional portancês, é óbvio e pululante!
E todo dia é dia de COSME & DAMIÃO, no meu terreiro.
{8¬þ



LAÏS E MAÏNAH

bienvenue
avec ses is
que parecem deux nari
sis
pour inspirar la vie
pour expirar la vie
parce que leurs respirar
est la même

dois yeux aussi
sobre os braços abertos
pour receber la vie
pour aceitar la vie
pour completar la même

outras aves
sambam aqui
nesta ponta près du paradis
o
só...
nunca estamos
... estareis

Maïnah et Laïs
à vous
ce notre verde tapis

toujours
bienvenuuueee !!!



Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

08 agosto, 2010

DIA DOS PAIS: DE NOVO, NOVAMENTE

Este já foi postado aqui, tempos atrás. Como ainda gosto e pai é pai, não é paiço, aí vai pra todos os pais.
Inclusive para os sem coragem.

eh meu pai!


[poeira entra em meus olhos
não fico zangado não
pois sei que quando eu morrer
meu corpo irá para o chão
se transformar em poeira
poeira vermelha
poeira do meu sertão
{que ouvi com Cascatinha e Inhana lá pelos meus seis carnavais)]*

eh meu pai nosso que estais comigo
santificado seja o nosso rumo
caminhas por onde estou
como eu danças no bojo do vento que brinca nesta beiramar
onde mulheres bonitas
- ah como tu irias gostar de vê-las!
cheirosas balançando suas nádegas
prestes a romper justas malhas coloridas
e ofuscar o sol
maravilhar o sol
beiramar continuação
embora aparentemente distante
da morada da tua ex-carne
aparente porque quando olho tu olhas
sentes a escuma da cerveja que bebo
e te escuto a bronquear por minha barba
e meu cabelo comprido que este nosso vento bagunça
e aquela do jogo de futebol entre cabelo ruim e cabelo bom? hein?
sabes que riem quando esta tua nossa história
e outra vez desobedeço
filho do Leite que sou
e se fosse diferente terias vergonha de mim
como teve em Pedregulho
enquanto me gritavas teu orgulho
- na nossa família tem criminoso; ladrão, não!

eh meu pai nosso que estais comigo
quando passo/passa por mim uma bela mulher
solteira casada tanto faz
e me lembro do quanto demorei para perceber
o porquê daquele teu sorrir safado
quando tocava a ponta do nariz com a língua
continuas vivo
nos chanfros onde derramastes tua solda
dos cafundós das Geraes aos cafundós da África
da Rua dos Cachorros ao Brega de Candeias

eh meu pai nosso que estais comigo
rei dos cavalos bravios de Peçanha
criado a samambaia e angu
desafiando as leis protéicas e vitamínicas
em tuas mortes não morridas
tuberculoses maleitas costelas quebradas
eletrochoque apendicites e etc
e o petit déjeuner de cerveja e conhaque

eh meu pai nosso que estais comigo
como nos domingos curitibanos de missa feijoada e zoológico
das cervejas no Caneca de Sangue
dois perdidos em Jacarezinho depois de goles de Ipanema
as noites nos botecos da baixada fluminense
e aquele insólito estilo de dividir a grana:
fregueses dos botecos saindo sorrateiros atrás de fregueses do boteco
e voltando sorridentes a contar o dinheiro dos fregueses do boteco:
a grana de mão em mão até à gaveta do balcão
onde descansaria até ser coletada sob mira do treizoitão
e outro balcão outro freguês outras mãos outras...
do baixo dos meus 20 anos olhava pra ti
e ouvia teu já conhecido mote, desde Curitiba
- onde tem gente vai gente
e lá íamos outra vez pra dentro da noite
cruel moedora de hipócritas e frouxos
bundas-moles rejeitados até pelo ralo da vida
a se perguntarem o quê fazer na superfície
além de bancarem os prazeres sadomasô de farmacêuticos
advogados cardiologistas psyco-gurus
e outras espécies de geriaputas

eh meu pai nosso que estais comigo
te vejo correndo atrás do Gentil homem
que atirou em meu primeiro amigo Suíço
protagonista da primeira cena de cinema
que ainda habita minhas retinas por quase meio século;
tu quixoterói canivete na mão rua abaixo
no encalço de Gentil e seu 38 que lhe pedia:
- não vem Leite, não vem!
e Mareca correndo e gritando e caindo na poeira sobre um Tião ainda em seu ventre
e tudo na hora do almoço
e eu tinha 4
e por esta e outras cenas do mesmo naipe
hoje ultrapasso os 400

eh meu pai nosso que estais comigo
e com teus filhos por sangue ou escolha e amigos
que dionisiacamente te saudaram noite adentro
rindo de suas/nossas histórias
sorrisos porque não mereces choro
nem a hipocrisia do respeito
que respeito é a súplica dos fracos

eh meu pai nosso que estais comigo
cavalgando alta mula de arreios tilintantes
cruzastes o Suassuí-Poca
este nosso Hades
reza de Vó Rosa a abrir porteiras
e no pa-ca-tá pa-ca-tá das patas levantando a terra vermelha
tua alegria a se fundir com o horizonte

eh meu pai nosso que estais
vivo é o vosso sumo

lagoa, 28/11/06

Ps.: MÁRIO MOTTA disse-me que quem canta é o DUO GLACIAL; como ele tem mais tempo de circo, mantenho o verso porque assim composto foi.

27 junho, 2010

OUTROS ENGENHOS; OUTRAS CHEIAS

Acompanho, pelo noticiário, o que acontece com parte dos meus irmãos nordestinos em conseqüência da CHEIA que assolou regiões de PERNAMBUCO e ALAGOAS.
Muitos prejuízos materiais e, principalmemte, sociais, com aqueles que mais sofrem perdendo o nada que tinham - se é que isto é possível - perdendo até mesmo a própria vida. Impossível não ficar consternado ao ver as cenas e ler os relatos sobre mais esta tragédia causada por equivocadas escolhas humanas. As mesmas escolhas, com pouquíssimas diferenças, que causaram os estragos em
SANTA CATARINA no ano de 2008. Da mesma forma como está acontecendo em algumas praias de FLORIANÓPOLIS.
Entretanto, o mais triste, é perceber que estas equivocadas escolhas continuam nos sendo "vendidas" pelos poucos que sempre lucram com elas. Pior: são "comparadas" pela maioria da população devido à inocência ou opção pela desinformação. Haja visto o ilegal
CÓDIGO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE, embora aprovado pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina.
Logo em seguida às tragédias, fala-se muito na FALTA de prevenção. Antes das tragédias, pouco se fala e, menos ainda, pratica-se a prevenção. Pensa-se (o Humano é um bicho de memória seletiva e curta) que a recente CHEIA alagoana é uma novidade; a maioria dos brasileiros já se esqueceu até da CHEIA catarinense. Inclusive muitos alagoanos e catarinas. Ler, talvez, possa nos ajudar a compreender um pouco mais sobre este fenômeno que deve continuar a existir por mais um bocado de tempo.
Na obra
MENINO DE ENGENHO (Editora José Olympio, 1981) o paraibano JOSÉ LINS DO REGO descreve uma cena vivida em sua infância. Pura poesia. Triste? Depende da opinião de quem o ler.
Vamos lá?






Ps.: clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas) e verá muito mais além desta postagem.

18 maio, 2010

PALMAS

Aproveitando o embalo da concreta canção-porrada Carne, postada aí embaixo, e na contra-mão do conversê oficial que sempre rola no mês de maio desde 1988, segue uma tentativa minha de compor uma marcha-rancho.
Não deu: a História sempre me complica o miolo.
}8¬þ

PALMAS, NÃO. PALMARES!

relhos
correntes
troncos
mares de sangue a escorrer pelas pedras
do pátio
no ar
os ódios e os gritos
a vida explodindo em vergões
(platéia apostas vivas sus!
doutores pedindo MAIS!
beatos pedindo MAIS!
ricos pobres
crianças velhos
madames prostitutas
todos pedindo MAAIIISSSS!!!)

frenesi
orgasmo na geral
a massa babando de prazer
um outro carnaval
não eram três dias
mas trezentos e sessen...
(lá se vão os séculos
e corpos ainda se imolam
para o deleite das almas brancas
nos dias em que lhes é permitido
fugir das senzalas do morro)

hoje o brilho na avenida
amanhã o elevador de serviço
ou quem sabe
com um pouco de sorte
umas verdinhas no câmbio do mangue

07 maio, 2010

MÁRIO QUINTANA


Como você sabe, aquele poema que, num trecho, assim diz:
"...ELES PASSARÃO
EU PASSARINHO
"
é mais um dos quintanares do Mário. Dos principais, porque simples e profundo.
Pois, ontem, via TWITTER, a editora L&PM comentou os 16 anos decorridos desde que QUINTANA transformou-se em passarinho. PassaMárioQuintanando aí vai um poema que postaram lá e reposto aqui.
Sua benção, Seo Mário!
{8¬)

O último poema

Enquanto me davam a extrema-unção,
Eu estava distraído...
Ah, essa mania incorrigível de estar pensando sempre noutra coisa!
Aliás, tudo é sempre outra coisa
- segredo da poesia -
E, enquanto a voz do padre zumbia como um besouro,
Eu pensava era nos meus primeiros sapatos
Que continuavam andando, que continuam andando,
Até hoje
Pelos caminhos deste mundo.


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

14 dezembro, 2009

RUBEM BRAGA: RETRATO AO SENHOR 903


Nestes tempos em que pulhas mal-intecionados como JABOUR e MAINARDI, ainda que sob aspectos pseudo-bacanas como LUFT, são as leituras recomendadas em jornais e revistas, vou na contra-mão. Divido com o visitante uma acepipe literário. Trata-se de uma crônica de RUBEM BRAGA publicada em janeiro de 1953 e que consta da obra A CIDADE E A ROÇA, (EDITORA DO AUTOR, 19956)

Veja como é (ou já foi) possível escrever uma crônica sem espumas pelos cantos da boca. Aliás, deve ser por este detalhe que raramente temos livros assim expostos nas MEGASTORES de todos os tipos. Por isto mesmo, recomento aos que gostarem do estilo que garimpem nos sebos, apoiemos sebos... INVISTAM EM SEBOS!

Carpem todos os dias!

{8¬)

Ps.: experimentem navegar pelos hyperlinks (palavras realçadas)

27 setembro, 2009

A GELÉIA DE TORQUATO

Entre outras coisas, TORQUATO escreveu a coluna GELÉIA GERAL, no jornal ÚLTIMA HORA. Aí vai um imagem que consta no livro OS ÚLTIMOS DIAS DE PAUPÉRIA, organizado por ANA MARIA DA SILVA DUARTE e WALY SALOMÃO.
Que tal?
{8¬?

Ps.: arrisque-se nos hyperlinks e saiba mais um pouco sobre isto tudo; pode até ser útil praquela pesquisa que o professor de literatura, sempre informadíssimo, solicitou aos guris.

17 julho, 2009

PERECA NO PALITO

Esta é a mais recente:

pereca no palito

dos mais refinados
porém simples
prato
:
em cubos
dos cortes
o já existente
economiza um



floripa, córrego grande, 14/07/09

20 novembro, 2008

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA?


PALMAS, NÃO. PALMARES!*
(Shasça)

relhos
correntes
troncos
mares de sangue a escorrer pelas pedras
do pátio
no ar
os ódios e os gritos
a vida explodindo em vergões
(platéia apostas vivas sus!
doutores pedindo MAIS!
beatos pedindo MAIS!
ricos pobres
crianças velhos
madames prostitutas
todos pedindo MAAIIISSSS!!!)

frenesi
orgasmo na geral
a massa babando de prazer
um outro carnaval
não eram três dias
mas trezentos e sessen...
(lá se vão os séculos
e corpos ainda se imolam
para o deleite das almas brancas
nos dias em que lhes é permitido
fugir das senzalas do morro)

hoje o brilho na avenida
amanhã o elevador de serviço
ou quem sabe
com um pouco de sorte
umas verdinhas no câmbio do mangue


Ps.1 - Foto: Luis Gama, emprestada do site da FUNDAÇÃO CULTURA PALMARES

Ps. 2 - * uma suave brincadeirinha lá dos anos 80...

08 abril, 2008

LITERATURA BRASILEIRA

Assisto Letra Livre, programa sobre literatura da TV Cultura.
Para escrever seu novo livro, Rui Castro diz que tomou emprestado Leonardo, um personagem do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Paulo Lins pede a palavra e diz que, para escrever seu novo livro tomou emprestado Cassi Jones, um personagem do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto.Riem.
Meras coincidências, não é mesmo? Essa nossa moderna literatura exposta nas vitrines shoppinianas é mesmo de arromba!
Fica fácil entender porque faltou e falta espaço pros Sampaios da vida.



Floripa, 07/04/08