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11 junho, 2020

ONDE ESTÁ O SEU JOELHO?

Atenção!
A imagem expõe um ato genuinamente humano. E, antes que alguém venha com aquele papo de “o Homem é um animal que não deu certo”, lembro que gatos costumam brincar com ratos ou passarinhos antes de mastigá-los.
A diferença entre o Homo Sapiens e os demais animais – inclusive as demais espécies de Homo – é a capacidade de refletir a respeito de seus atos e as possíveis conseqüências dos mesmos. Então, antes de mirar apenas no portador do joelho ou em outros policiais, reflita sobre qual comportamento você tem desejado e/ou exigido da Polícia. Porque policiais, assim como outros militares, compõem o braço armado do Estado. Sua função é fazer cumprir a Lei.
Acontece que Estado não é uma entidade com corpo físico e vontade própria. Simplificando por demais – e já pedindo perdão a meus mestres ifichianos – é a organização instituída por uma determinada sociedade com o objetivo de garantir o adequado funcionamento do seu viver coletivo.
Há quem jure, em momentos como o atual, que não é racista. Mesmo quando repete – só de brincadeira – o slogan “preto parado é suspeito; correndo é ladrão” para filhos, amigos e vizinhos, em meio a inocentes risadas. E, realmente, acredita que não é racista ou que o racismo não existe.
De fato, não existe preconceito racial. O racismo é um conceito socialmente desenvolvido e difundido, nem sempre de maneira sutil, pela parcela da Sociedade que se beneficia do mesmo. É mais um instrumento útil a alguns que exercem ou desejam exercer o Poder.
Sugestão: antes de refletir sobre o texto, experimente ler esta notícia do EXTRA:





Policial branco agride comerciante negro vítima de furto por ter 'se confundido'


08 abril, 2011

PANORAMA SOCIAL

Entre outras coisas, veja este fato sucedido em São Paulo, a cidade mais rica do Brasil e onde estão situadas as melhores universidades, os mais importantes jornais e o maior PIB municipal. Está nas páginas do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de 07/04/2011, anteontem: "Morador de rua é queimado por desconhecidos em SP"
Quando olho em volta ou leio os jornais penso que, talvez, parte da Humanidade tenha optado pela sordidez desde que o homo sapiens classificou-se como Homem e, portanto, superior a tudo o mais, inclusive aos outros homens. Alguns afirmam que antigamente não havia tanta maldade como atualmente (gostou da rima?). Porém, com um mínimo de conhecimento histórico é possível perceber que nosso chamado desenvolvimento social é fruto de uma seqüência de massacres que perdura até hoje, seja nas guerras ou controle do destino das riquezas (independente de onde esteja a mina, os donos dos diamantes têm o mesmo endereço, assim como os famintos).
Numa tentativa de não amenizar a responsabilidade social sobre O QUE ACONTECEU A ESTAS CRIANÇAS TODAS (todas!) no Rio de Janeiro, ofereço esta suave poesia. Faz um bocado de anos que a compus mas ainda é assim que vejo este


panorama

lá ia o menino
descendo a rua feito um raio
correntinha na mão
atrás
outra mulher
- PEGA LADRÃO!!!

então
alguém solidário ao seu medo e ódio de ser lesado
na rua em casa no templo no trabalho
interrompe o sonho do menino
“adeus cola fumo treizoitão"
talvez "doce pastel feijão...”

agora
os homens desejam o sangue do menino
a sede é geral e alguém tem que saciá-la
- LINCHAAA!!!

os olhos arregalados
o coração pela boca
o camburão chegando
os homens limpando as mãos
o camburão indo...
alguns xingando... outros rindo...

a neurose da cidade
foi mais e mais se clareando
e num crescendo alcançou minha janela
e eu também não fiz nada
como o cara indeciso entre a moto e as curvas da moça
que olhava a vitrine
que refletia mendigos blasers ladrões fardas batinas
e toda a gosmenta fauna humana

outro sinal fechado...
outra corrente...
outro sangue..
e outro...

círculo fechado?


s.: clic nos HYPERLINKS (palavras realçadas) para saber mais.