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22 novembro, 2008

CONTRA AS COTAS

Sou contra a necessidade de cotas e à favor da sua existência.
Hein?! Mineirei demais?! Tucanei?! Nadica diso! Já, explico.
Embora seja a favor do sistema de cotas, desde que transitório, fico triste por acreditar que o mecanismo é necessário enquanto alternativa para as pessoas que não têm mais idade para voltarem aos bancos pré-primários (como se chamava no meu tempo e dispunha de melhor qualidade e, principalmente, maior grau de exigência). Melhor seria, se não fosse necessário.
Eu, como tenho 53 carnavais bem brincados, tive a sorte de estudar nos tempos em que havia grupo escolar. Devido ao comportamento fora do exigido pelo antiquado G. E. Wenceslau Brás (Passos – MG), fui castigado quase todos os dias: era obrigado a ficar na sala de Dona França, uma diretora muito autoritária, devorando livros. Enérgica, quando terminava seus afazeres de final de expediente, perguntava-me sobre o que eu tinha lido. Por causa desta tortura, tenho meia tonelada de traumas e o vício de garimpar em sebos. Como agradeço a ela!
Tempos idos. Boa parte dos professores do ensino fundamental não teria terminado a quarta série no Wenceslau. E eles sabem disso. Generalizando, como é de meu costume.
Voltando à vaca fria – ou às cotas, parece-me, às vezes, que, para os que já estão alforriados, de banho tomado e barriga satisfeita, a alternativa é passar uma borracha na geração que teve o azar de ocupar bancos escolares num momento inadequado.
Traçando um paralelo, sempre acho interessante o fato de que os participantes de debates sobre a fome, seja local ou mundial, estão sempre com jeitão de quem acabou de palitar os dentes.

13 dezembro, 2007

TIÃO ROCHA AVIVA O RODA

Assisti, neste 10/12/07, a um Roda Viva bacana onde o entrevistado foi Tião Viana. Um cabôco que leva educação a sério e não chiando feito guri que perdeu a chupeta, como é o caso de Cristovam, outro Buarque. Também foi bacana ver meu ifichiano colega Fernando Rosseti (dos que mais perguntaram) na banca de entrevistadores.
Abro parêntesis pra escrever que me encabula a forma tucana de só convocar entrevistador que concorda com as opiniões do entrevistado, o mais das vezes.
Entre tantas outras colocações, Tião diz que o professor é o único profissional que está com seu cliente, o aluno, todos os dias.
Nisso, já não concordo com ele. O professor é único empregado que cria o seu patrão, às vezes, desde o berçário. E, ao invés de aproveitar esta convivência para conquistar-lhe a simpatia e revelar sua importância para sua vida toda, prefere fingir que educa e gastar em reclamações o tempo que deveria investir nesta vital relação. Alguém aí dentre os visitantes blogais concebe uma passarinha fingindo que ensina o filhote a voar? Pois o humano é capaz de tanto.
Crescido o guri, quando não é deletado pela natureza ou pela seleção social, torna-se eleitor. Eleitor, vota, geralmente, no prefeito, governador ou presidente que vai fingir que paga o professor. E por aí vai...
Claro que estou generalizando, pois a sorte me sorriu com, por exemplo, Dona França. Diretora do Grupo Escolar Wenceslau Brás, em Passos – MG, sempre em seu vestido preto e cabelos branquinhos era a seriedade em pessoas. E muito lhe agradeço pelo castigo que me infligia devido ao meu exemplar, pelo avesso, comportamento: enquanto ela encerrava o expediente depois das aulas eu ficava sentadinho a ler e, antes de sairmos, tinha que comentar o que tinha lido. Sua benção, Dona França!
Quem quiser saber mais sobre o fantástico trabalho de Tião e sua valente equipe acesse:
http://www.cpcd.org.br/
Há também uma entrevista publicada no FOLHAONLINE:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u348104.shtml

Fico a pensar em Sophia que, aos seis anos, já iniciou uma série de seis livros sobre a rena Celina e já planeja uma série de cinco livros sobre golfinhos: tão distante do Tião e sua semeadura...
Quem é Sophia? Mistério...
Ps.: ao procurar fotos da escola onde fiz o curso primário, encontrei esta no http://www.guiapassos.com.br e fiquei mais feliz ao saber que ela foi tombada e passou a ter o nome de Escola Municipal Francina de Andrade. Como diz Dona Mareca: pé de galinha não mata pinto.