15 fevereiro, 2012

A PROSTITUIÇÃO POLÍTICA

Continuando a conversa a respeito das alternativas de participação política...
BRECHT define muito bem o perfil do optante pela ingenuidade social, a quem chama de O ANALFABETO POLÍTICO. Este Ser que se pretende apolítico está sempre a oferecer o pescoço à infinda sede dos vampiros da ocasião é o principal responsável pelas precárias condições de vida da maior parte da Humanidade, seja na sua cidade, seu país ou qualquer outro.

Temos também o eleitor profissional auto-ilusionista, que avalia seu voto em termos de bonés, dentaduras, tapinhas nas costas e promessas de impossíveis empregos nas já abarrotadas repartições públicas. Comportam-se como vacas que, nas noites quentes, não percebem seu sangue sendo sugado pelos morcegos que as refrescam batendo as asas para disfarçar.

Outro importante tipo de eleitor profissional é o prostituto político. Já aviso que não há, aqui, julgamento moral algum, pois acredito que a PROSTITUIÇÃO é merecedora dos mesmos créditos sociais de qualquer outro trabalhador. Considero prostituto político todo aquele, eleitor ou não, que oferece sua cidade, seu país e, o que é mais grave, seu povo ao inimigo declarado, como algumas TRIBOS AFRICANAS que assim procediam no período da escravidão negra ou como os ÍNDIOS que auxiliaram os invasores europeus no processo de conquista deste continente atualmente conhecido como América. Obviamente, o prostituto político tem suas razões: normalmente financeiras ou a boa convivência com aqueles poucos que exercem o poder, através dos quais poderá - ou não - usufruir de benesses bem conhecidas.

Ainda não conheço CUBA pessoalmente, mas sim, através de sua arte, leituras e relatos de visitantes e opiniões de SIMPATIZANTES e ANTIPATIZANTES de sua revolução. Também conheço um pouco de sua história de lutas pela independência, principalmente, do jugo do GRANDE IRMÃO DO NORTE, conquista que o Brasil vem alcançando há menos de uma década. Mesmo correndo risco de cometer equívoco, considero que os cubanos realmente preocupados com seu país e seus conterrâneos, deveriam unir seus esforços no sentido de eliminar o EMBARGO imposto pelos USA. Até porque, finda esta perseguição que já completou 50 anos, todos os cubanos, independentemente de suas posições político-partidárias, teriam melhores condições de decidir seu destino sem a interferência das viúvas de FULGÊNCIO BATISTA.

Quanto à postagem anterior, embora creia que nenhum preso, político inclusive, tenha boa vida, comparando os vídeos fico sem compreender porque Yoani Sánchez reclama de não ter direito a expressar suas opiniões, a participar da vida política de Cuba. Aliás, sugiro a ela que procure saber qual o grau de liberdade dos dissidentes políticos durante as ditaduras brasileiras ou mesmo ao tempo do seu talvez guru Fulgêncio.

Enquanto isto, ofereço este poemeta de minha lavra:

NÃO CARA-PÁLIDA!

sei que só
não salvarei a tribo
mas não serei o batedor
que dirá à cavalaria
qual é a melhor hora para o ataque

não me cativam
teus espelhos e contas de vidro



Ps.: saiba muito mais sobre o assunto navegandO pelos HYPERLINKS (palavras realçadas). As cerejas do bolo estão neles. Por falar em cerejas, sabem para onde foi Fulgêncio após ser deposto?

5 comentários:

Ana Pokora disse...

Bom Dia, graças a uma insônia tivestes uma grande inspiração, parabéns. Após ler fiquei me perguntando onde me encaixo, creio ser analfabeta política, pois em minhas opções de votar(me sinto obrigada a exercer essa prática, o contrário sinto que me desqualificaria como cidadã) muitas vezes errei pois os "anjinhos" acabaram virando "diabinhos", e aí o que fazer?? Os índios agiram ingênuamente, e nós, ou a maioria de nós, continua a agir da mesma forma, entregando o poder a quem possui objetivos escusos, ou, vira a casaca ao se deparar com uma máquina azeitada e com todas as correias no lugar, funcionando perfeitamente. Tive uma pequena experiência destas, onde, a maioria, apesar de saber que estava tudo errado, não se envolvia, ficava calada enquanto as coisas aconteciam, tentei gritar mas mas minha voz não foi ouvida, e claro, fui descartada, muitos ainda me admiram pelos gritos que fui capaz, mas a máquina continua funcionando perfeita e azeitada, e daí?? o que fazer? As pessoas pensam só em si, acabo de comprar uma briga, onde um morador de meu bairro contratou lavadores para sua calçada, a despeito de todas as noticias e apelos para economizarmos água devido ao acidente ocorrido ontem, o que se faz com um "falso cidadão" destes? Difícil amigo, cada vez mais, mas vou continuar lutando pelo que acredito ser CORRETO. abraços e obrigado por falar por nós.

Daniel Pissetti Machado disse...

A realidade, cedo ou tarde, nos acolhe. A maioria das pessoas vota em função de seus próprios interesses e/ou necessidades, não nos da coletividade. A propósito: não creio que tenhamos concluído nosso processo civilizatório, tampouco acredito que a Democracia seja o melhor dos piores sistemas de governo.

Mirna Tonus disse...

Votar ou não votar? Sou contra o voto obrigatório desde que me entendo por gente, o que já é algo que me contraria politicamente. Como eu disse, seria uma discussão longa. Quem sou eu para dizer quem tem razão e onde o calo aperta, no caso da Yoani. Estamos, como me acena o poema, entre a cruz e a caldeirinha. Abs.

Macka disse...

Yoany faz em relação a Cuba o que fez Bin Laden em relação a União Soviética de então. A soldo do "irmão do norte". Fosse o sistema tão fechado como ela ainda está viva e falando pelos cotovelos? Aliás o pior episódio desta senhoura foi querer embaraçar a Dilma com essa historia de visto.

Alessandro disse...

Ah, camarada... o pior de tudo é que toda uma "massaroca política" desidealizadora foi criada. Hoje não sei mais com quem se pode contar.

Nem mesmo é o poder político que define os rumos de uma sociedade, mas sim o Mercado, que sempre foi muito forte nesse sentido, mas hoje parece ter poder absoluto.

Suponho conhecer, no meio de tal massaroca, o que é truculência e o que pode fazer o País, como um todo, crescer. Ainda me vejo capaz de exercer minhas escolhas.

Porém, sinto-me desiludido, cada vez mais próximo do "não ter pra onde correr".

Acho que o maior problema que enfrentamos, hoje, é a polarização o PSDB x o PT. O enfraquecimento das alternativas, que ficam relegadas a um papel que a mídia reforça como caricato.

O mais importante, hoje, é justamente não se deixar por esse tipo de sentimento de desilusão que tenho. Ao mesmo tempo que o tenho, sei que há a obrigação de ser cada vez mais vigilante.

Abraço!