Meu povo, ao contrário do que se divulga, às vezes, consegue-se enganar a maioria por muito tempo, se o bom-mocismo é o meio.
Aí vai um artigo do Dimenstein com o qual tive dificuldades em concordar. O que, em se tratando deste incréu, não é raro acontecer.
O texto dele está em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u356.shtml e segue abaixo. Minha tentativa de resposta está em seguida e foi publicada no http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/palavra/gd080507.htm juntamente com outras manifestações.
FOLHAONLINE - PENSATA, 08/05/2007
Rappers, pobres e violentos
Não gosto de rap, meu ouvido foi educado para outros ritmos. Gosto ainda menos daquela indumentária e dos trejeitos dos seus cantores, copiados dos americanos, numa servilidade colonizada --algo que se vê, na mesma medida, com nossa elite, curvada para o que vem de fora. Não consigo ver neles nada parecido com o encanto e, muitas vezes, a profundidade de nossos repentistas nordestinos.Mas, por outros motivos, aprendi a respeitar o rap e, por isso, considero injustas críticas lançadas contra o Mano Brown, acusando-o de ter incitado a violência na Virada Cultural. Tais críticas refletem uma visão preconceituosa não contra um estilo musical mas contra a periferia.A violência das letras de muitos rappers refletem o ambiente em que vivem, marcado pelo desrespeito e, por isso, estabelecem uma vinculação tão forte com jovens da periferia.Testemunhei como muitos rappers, como Mano Brown e Rappin Hood, se preocupam em difundir uma cultura de paz; Mano Brown, junto com o escritor Ferrez, criou uma biblioteca onde era antes um ponto de drogas. Não são fatos isolados. Fazem parte da própria cultura do hip hop, na qual se vê a arte como forma de integração. Cria-se assim um elo com quem não tem elo.O que aconteceu na Virada Cultura é culpa de um grupo de marginais que estavam esperando qualquer pretexto para extravasarem sua marginalidade --e, em certa medida, do poder público que programou o show para aquele horário e naquele lugar, sem saber que, em muitos desses espetáculos, existem conflitos, mas que poucos tomam conhecimento justamente porque acontecem na periferia, bem longe de nossos olhos.PS - Defendo, porém, que não se chame mais os Racionais para tocar em eventos públicos se não assumirem o compromisso de respeitar a platéia. Até onde sei, foram os únicos a se atrasarem. Que façam isso com dinheiro privado, é problema deles. Com dinheiro público, é nosso.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.
Sr. Dimenstein.
Qual a origem dos estilo das calças, camisas, ternos e sapatos que o Sr. usa? Tupiniquim, por acaso? Conforme a disposição do ouvido, Diário de Um Detento pode ser mais profundo, porque mais concreto, que um cordel sobre o cangaço. Já que seu ouvido não foi educado para a "barbárie", experimente ler a letra ao som de violinos. Eu, cá, provavelmente por alguma falha em minha capacidade de análise, consigo ver a mesma vibração pungente que há em Disparada, por exemplo.
É interessante saber que o Sr., mesmo respeitando os rappers por outros motivos, defenda que eles não mais sejam convidados - ou contratados, para "tocar em eventos públicos se não assumirem o compromisso de respeitar a platéia."
É a primeira vez que artistas (pelo que imagino, nem sei se assim os considera) atrasam-se em eventos? O Sr. também defende que todos os outros artistas que tenham atrasado, caso seja do seu conhecimento, também sejam excluídos dos eventos pagos com dinheiro público?
Ats.
Shasça
Aí vai um artigo do Dimenstein com o qual tive dificuldades em concordar. O que, em se tratando deste incréu, não é raro acontecer.
O texto dele está em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u356.shtml e segue abaixo. Minha tentativa de resposta está em seguida e foi publicada no http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/palavra/gd080507.htm juntamente com outras manifestações.
FOLHAONLINE - PENSATA, 08/05/2007
Rappers, pobres e violentos
Não gosto de rap, meu ouvido foi educado para outros ritmos. Gosto ainda menos daquela indumentária e dos trejeitos dos seus cantores, copiados dos americanos, numa servilidade colonizada --algo que se vê, na mesma medida, com nossa elite, curvada para o que vem de fora. Não consigo ver neles nada parecido com o encanto e, muitas vezes, a profundidade de nossos repentistas nordestinos.Mas, por outros motivos, aprendi a respeitar o rap e, por isso, considero injustas críticas lançadas contra o Mano Brown, acusando-o de ter incitado a violência na Virada Cultural. Tais críticas refletem uma visão preconceituosa não contra um estilo musical mas contra a periferia.A violência das letras de muitos rappers refletem o ambiente em que vivem, marcado pelo desrespeito e, por isso, estabelecem uma vinculação tão forte com jovens da periferia.Testemunhei como muitos rappers, como Mano Brown e Rappin Hood, se preocupam em difundir uma cultura de paz; Mano Brown, junto com o escritor Ferrez, criou uma biblioteca onde era antes um ponto de drogas. Não são fatos isolados. Fazem parte da própria cultura do hip hop, na qual se vê a arte como forma de integração. Cria-se assim um elo com quem não tem elo.O que aconteceu na Virada Cultura é culpa de um grupo de marginais que estavam esperando qualquer pretexto para extravasarem sua marginalidade --e, em certa medida, do poder público que programou o show para aquele horário e naquele lugar, sem saber que, em muitos desses espetáculos, existem conflitos, mas que poucos tomam conhecimento justamente porque acontecem na periferia, bem longe de nossos olhos.PS - Defendo, porém, que não se chame mais os Racionais para tocar em eventos públicos se não assumirem o compromisso de respeitar a platéia. Até onde sei, foram os únicos a se atrasarem. Que façam isso com dinheiro privado, é problema deles. Com dinheiro público, é nosso.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.
Sr. Dimenstein.
Qual a origem dos estilo das calças, camisas, ternos e sapatos que o Sr. usa? Tupiniquim, por acaso? Conforme a disposição do ouvido, Diário de Um Detento pode ser mais profundo, porque mais concreto, que um cordel sobre o cangaço. Já que seu ouvido não foi educado para a "barbárie", experimente ler a letra ao som de violinos. Eu, cá, provavelmente por alguma falha em minha capacidade de análise, consigo ver a mesma vibração pungente que há em Disparada, por exemplo.
É interessante saber que o Sr., mesmo respeitando os rappers por outros motivos, defenda que eles não mais sejam convidados - ou contratados, para "tocar em eventos públicos se não assumirem o compromisso de respeitar a platéia."
É a primeira vez que artistas (pelo que imagino, nem sei se assim os considera) atrasam-se em eventos? O Sr. também defende que todos os outros artistas que tenham atrasado, caso seja do seu conhecimento, também sejam excluídos dos eventos pagos com dinheiro público?
Ats.
Shasça
2 comentários:
Oi! Eu estava na festa do Dinos e ateh tirei algumas fotos, mas soh no domingo de manha (quando a maioria dos Dinos jah tinha ido embora hehehe). Acho que nao vai interessar, mas se quiseres dar uma espinha no dia 22 de abril do meu blog: www.chuchuzinha.blogspot.com, seja bem-vinda :)
Beijos
Grande Shasça, devo confessar que não duvido de mais nada nessa terra, pois só faltava essa, vc advogado de rapper, abraços!!!!
OBS: Ouça o blues mano, volte!!
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