Comentário
que fiz à crítica de JOSÉ GERALDO COUTO sobre o documentário O SAL DATERRA, de WIM WENDERS e JULIANO RIBEIRO SALGADO:
Cumpadi,
Assisti O Sal Da Terra, ao lado de minha esposa que, em certo sentido, concorda contigo que Sebastião apresenta cenas da tragédia humana sem propor soluções.
Assisti O Sal Da Terra, ao lado de minha esposa que, em certo sentido, concorda contigo que Sebastião apresenta cenas da tragédia humana sem propor soluções.
Discordando,
entendo este trabalho de SEBASTIÃO SALGADO como uma espécie de diagnóstico.
Como um profissional de análises clínicas que identifica a quantas anda o
colesterol de um paciente, contribuindo para que o médico, que tem a
competência para tanto, melhor possa elaborar e propor tratamento para o
problema. No caso das tragédias apresentadas em suas fotos, entendo que cumpre
à Sociedade o papel de trabalhar para, ao menos, reduzi-las. Porém, a
Sociedade, como alguns médicos, enxerga nelas pouco mais que possibilidades de
faturamento.
Em
relação ao REFLORESTAMENTO que Sebastião promove nas terras que pertenceram aos
seus pais, por ter nascido naquelas bandas, vejo como um avanço além do
diagnóstico, como uma ação de solução do problema identificado, num ponto em
que ele tinha/tem competência para tanto. Em 1976, quando circulei com meu Tio
Dó pelas carvoarias da região de Governador Valadares, cheguei a ver filho de
fazendeiro que saiu da terra para estudar Agronomia e, depois de formado, voltou
para gerenciar fornos na própria terra, ao invés de substitui-los por
canteiros. Nunca me esqueci disso e desejo bastante que algum desses pródigos
filhos de fazendeiros das Geraes assistam ao documentário e consigam acreditar
que é possível salgar a Terra de outra forma.
Ps.:
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