28 abril, 2007

Caja Negra

platéia:
uns dândis retardatários
alguns que perderam o caminho da rave
outros voltando a pé de woodstock

artistas?
artefatos?

tela:
coxeia outro esboço
- bigode e traço -
destes que ilustram
o cavaleiro rumo aos seus moinhos
tão esquálido!
quanta energia!

eu:
voluntário autista
imerso noutra teia

Floripa – FAM*, 25/05/03

* O FAM (Festival Audiovisual Mercosul) é das melhores coisas que acontecem em Floripa, assim como fazer a caminhada pra Costa da Lagoa e voltar de barco, ruminando a tainha grelhada e a paisagem, enquanto o ronronar do motor embala a certeza do prazer de estar vivo. Ou assim como o entardecer em Sambaqui. Praias bonitas existem em muitos outros lugares e só quem vive de catálogos turísticos não sabe disso.
Esta brincadeira aí é dedicada àquela parte da platéia que costuma ir ao FAM (Festival Audiovisual Mercosul) apenas pra mastigar pipoca e desfilar o tal “jeitão-blazê-de-quem-foi-cinematograficamente-educado-pelas-narrações-oscarianas-do-rubens-PVC-ewald-filho-da-hebe”.
CAJA NEGRA, de Luis Ortega é poefilme, poesia crua, sem anestesia drum’n’ bass. Não é filme pra assistir; é pra participar.

2 comentários:

Anônimo disse...

qualquer dia desses passo por aí p´ra ver se é tudo isso mesmo, se é ilusão ou alusão... se bem que qualquer pôr-do-sol me encanta e o barulho do mar acalanta.

Anônimo disse...

hei! eu não sou anônima não, sou ivete leite.