08 abril, 2008

LITERATURA BRASILEIRA

Assisto Letra Livre, programa sobre literatura da TV Cultura.
Para escrever seu novo livro, Rui Castro diz que tomou emprestado Leonardo, um personagem do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Paulo Lins pede a palavra e diz que, para escrever seu novo livro tomou emprestado Cassi Jones, um personagem do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto.Riem.
Meras coincidências, não é mesmo? Essa nossa moderna literatura exposta nas vitrines shoppinianas é mesmo de arromba!
Fica fácil entender porque faltou e falta espaço pros Sampaios da vida.



Floripa, 07/04/08

3 comentários:

Anônimo disse...

O que tem esses escritores criarem a partir de outras obras? Esse diálogo entre obras sempre aconteceu na literatura, até no cinema e na pintura há recorrência a mitos ou personagens ou cenas de outras obras que são imitadas e recontextualizadas. Não entendi se vc fez uma crítica ou uma simples referência... Ah, nao entendi o vídeo...
Bjs, Susannah.

Shasça disse...

Susannah
Comparações sempre são complicantes e constrangedoras. Como não me incomodo com isto...
Minha postura é sempre crítica e procurei, se não o consegui, apontar semelhanças entre escritores que fazem sucesso junto ao público leitor. Pelo que entendi na entrevista com os dois, não se basearam nestas obras de outros autores. Apenas tomaram personagens emprestados pra participar de seus livros. Nestes tempos de biografias romanceadas, romances históricos e outras coincidências nos estilos de criar, talvez não seja um modismo. Talvez, seja apenas mais uma coincidência.
Capas em tons pastéis ou vinho tinto, caçadores de papagaios e outras orientalidades de sucesso é uma amenidade. Chego a sentir falta da antiga onipresença do Paulo Coelho na mídia.
Em tempo: recentemente, li O ALEPH, de Borges; tenho a sensação que ele não venderia o suficiente pra tomar um cafezinho, hoje em dia e noite.
Nos vídeos, aparece um cantor que tentou apresentar sua obra, um tanto diferente da desejada pela mesmice auditiva que não gosta de correr o risco de precisar raciocinar, e não conseguiu ir muito longe.
Coincidências...
Bejotas.
{8)

Anônimo disse...

Ainda acho amigo que a crítica tem que vir mais explícita, pois vc usou de ironia ao falar dos dois escritores na menção que fez ao programa da Cultura. Eu não sinto falta alguma do Paulo Coelho na midia, ele veio, deslumbrou os mais afetados e sumiu como um fantasma no horizonte... E veja que fazer sucesso junto ao público leitor não quer dizer necessariamente que a literatura deles seja ruim. Pode não ser a de um Borges, mas ainda assim é literatura, assim como a do Paulo Coelho. Há literaturas e literaturas no mercado e públicos para todas elas. Eu faço o meu papel na universidade, por exemplo, tentando mostrar ao meu alunado o que é o ato de "tornar sensível" pela linguagem a mesmice do cotidiano... E tenho conseguido uns retornos maravilhosos. Tomara que eles continuem na carreira de professores esse caminho pelo estético.
Bem, mas acabei mudando de assunto heheh
Bjs, Susannah.