Palavras brincantes, nem sempre sisudas. Às vezes, sim. Normalmente, não. No fundo, e no raso, não passa de meu playground. Como playground não é para ser curtido sozinho, todos estão intimados. Um detalhe: este blog não faz a menor questão do novo trambique ortográfico.
12 novembro, 2008
DENGUE TIPO ASSIM
No programa BRASÍLIA AO VIVO (canal RECORDNEWS, 11/11/08) apresentado por Cristina Lemos, vejo o Sr. Fabiano Pimenta, do Ministério da Saúde, explicando quais as providências que estão sendo tomadas em relação ao flagelo dengoso, mais conhecido com A DENGUE. Fico atento, pois ainda acredito que, um dia, verei uma tomada de atitude no sentido de resolver o problema. Qual o quê... Apenas a gravata (por sinal, bem bacana) é diferente.
Há mais de 20 anos acompanho, quando está para chegar o verão, a mesma ladainha: aquele exército de cavaleiros mosquitantes borrifando veneno nos pratinhos dos xaxins, pneus velhos, tampando a caixa d’água e outras iniqüidades do tipo. E, até onde sei, o papo é o mesmo nas instâncias municipais, estaduais e acadêmicas: ELIMINAR OS CRIADOUROS!!!
Eu cá, que não consegui ser forte o suficiente para continuar o curso de História, fico a imaginar: quando será que começarão a se interessar pelas condições nas quais os CRIADOUROS são criados? como surgem? por que continuam a existir e aumentar? há, na ignara população, uma deliberada escolha pelo suicídio lento, gradual e coletivo?
Participo da tese (não-acadêmica, é claro) de que problemas como, por exemplo, saúde, educação e segurança públicas somente serão resolvidos quando for identificada a maneira como o PÚBLICO enxerga estas questões. É um trabalho que exige a presença de sociólogos, historiadores e antropólogos (desde que não-viajantes) junto aos técnicos sanitaristas. Ou, então, que estes estudem um tanto daquelas ciências humanas.
Em sã consciência, respondam (para vocês mesmos, no caso dos tímidos) a estas simples questões:
- Por que alguém que veja o esgoto escorrendo pela rua onde mora, terrenos baldios cheios de lixo, pátios de órgãos públicos lotados de “criadouros”, pré-vistas inundações anuais e praias com eternos cartazes de impróprias vai se preocupar com isto?
- Por que alguém que carregar, no lombo, a água pra fazer o dicumê, quando tem onde buscar, tem condições de se preocupar com mosquitinho nadando numa tampinha de refrigerante?
- Até quando conviveremos medidas “tipo assim” no combate à dengue?
Com a palavra...
Ps.: foto emprestada de site do Governo do Maranhão.
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2 comentários:
Caramba qual foi a planta que deixou sua cabeça tão psicodélica e exageradamente intelectual.Tudo bem , sou Cristão e qualquer que seja a planta, foi criação de Deus.Com relação ao texto"Dengue tipo Assim",infelizmente quero te dizer o seguinte: a) Cada povo tem o governo que merece,simplesmente porque foi o povo que votou.
b)As cidades são sujas porque o povo é porco e preguiçoso.
c)Uma enorme parte da população adoraria pegar a Dengue, para pegar tambem um atestado médico, para ficar o dia todo vendo TV e ferrar com o seu Patrão.
d) E por ultimo, onde é mais facil
a proliferação da Dengue?
Na favela da rócinha no Rio, ou no Bairro do Morumbi em São Paulo?
Fernando Pires
Taix muito punk, cumpadi Fernando!
E tu sabes que a planta que curto é a tal da cana e alguns dos seus derivados. No mais, concordo em quase tudo contigo. Menos, por exemplo, o status da vítima do mosquito: o mosquito não costuma solicitar o extrato bancário do candidato à picada. Também não acredito que empregado adore ficar doente pra ferrar o patrão.
E, enquanto apenas xaxins e pneus ocuparem a mente da população e dos agentes de saúde, a situação vai piorar e muito.
Boa sorte pra nós todos!
{8¬)
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