Palavras brincantes, nem sempre sisudas. Às vezes, sim. Normalmente, não. No fundo, e no raso, não passa de meu playground. Como playground não é para ser curtido sozinho, todos estão intimados. Um detalhe: este blog não faz a menor questão do novo trambique ortográfico.
04 dezembro, 2012
O QUE VALE UM CICLISTA?
Lamentavelmente, temos NOTÍCIA de que mais um ciclista perde a vida para o reino dos automóveis e caminhões. Mais um porque a quantidade de vítimas nesta batalha de frágeis Davi’s contra milhares de Golias’s nas ruas e estradas só aumenta. Mais um porque não há sinal palpável de que os Golias’s, com seus motores cada vez mais potentes e contando com o apoio – ainda que tácito – das autoridades responsáveis pela organização do tráfego de veículos motorizados ou não, sempre saem ilesos dos acidentes. Ilesos nos sentidos explícito e figurado.. Mais um porque, no fundo, acidente que envolve ciclista não merece muito destaque nos meios de comunicação: algumas linhas e basta. Afinal, o deus é o automóvel.
Normalmente, apenas parte dos ciclistas, solidários nas arriscadas pedaladas, movimenta-se pleiteando melhores condições de sobrevivência nas congestionadas arenas asfaltadas. Para completar o caos, a maior parte dos ciclistas não se envolve na pressão. Preferem seguir em frente, cabisbaixos, enquanto pneus e para-choques lhes permitirem.
Muita gente já deve ter visto como automóveis freiam bruscamente, derrapam, quase capotam, para não atropelar um cãozinho que, inadvertidamente, atravessa uma rua ou estrada. Entretanto, quando se trata de um ciclista, o mesmo já não acontece. As explicações dos atropeladores, quase sempre, são as mesmas: “não deu tempo de frear...” ou “a bicicleta surgiu de repente...” e coisas do tipo.
Tomei o acidente fatal que ocorreu hoje na SC-401 apenas como inspiração para a postagem. Porque, para a Sociedade, este é apenas mais um acidente que, por acaso, resultou na morte de alguém que optava, ou precisava, por locomover-se de bicicleta, atrapalhando o tráfego. O que interessa é questionar – e eliminar - a permanência das circunstâncias e acontecimentos que culminam com um corpo coberto por jornais ou sacos plásticos ao lado de uma bicicleta destroçada, muitas vezes com uma das rodas girando, insistindo em seguir a viagem, como se fosse o cavalo de um cowboy vítima de emboscada.
Por isto tudo, talvez caiba uma pergunta:
- Quando a Sociedade vai valorar o ciclista em, ao menos, 10% do que vale o motorista? Ou isto é pedir muito?
Com a palavra...
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Ps.1 - a tal Sociedade é composta por todos nós, sejamos atores ativos ou passivos.
Ps.2 - saiba qual é a notícia clicando no HYPERLINK (palavra realçada)
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Um comentário:
Rapaz, eu sou um bocado ignorante em relação a Floripa, uma vez que ainda não conheço este belo canto do Brasil...
... mas, em Floripa há ciclovias? Certamente ajudaria a diminuir o número de acidentes como este.
Lembrando que deveria ser obrigação de qualquer governo - e de todos os cidadãos - primar pela vida. Óbvio, inclusive de ciclistas. O contrário disso é lamentável. E é lamentável que aconteça com frequência por aí.
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