Palavras brincantes, nem sempre sisudas. Às vezes, sim. Normalmente, não. No fundo, e no raso, não passa de meu playground. Como playground não é para ser curtido sozinho, todos estão intimados. Um detalhe: este blog não faz a menor questão do novo trambique ortográfico.
18 março, 2013
NO FIM NÃO HÁ POTE
Canta a lenda que no fim do arco-íris há um pote de ouro. Provavelmente, quando a lenda surgiu o ouro do pote não significasse o vil metal. Talvez fosse referência a outro tipo de felicidade, mais condizente com esta colorida e luminosa ponte entre o sem-fim do mar e a PRAIA DOS INGLESES. Praia cuja beleza espantosamente resiste apesar dos maus-tratos que lhe são impingidos, principalmente, por quem dela deveria cuidar ou, para dizer o mínimo, não estragar.
Como se fosse uma perversão da lenda, no final do arco-íris que a imagem revela há, por bizarro que o termo pareça ser, o “desencontro” do RIO CAPIVARI com o mar. Pois, as águas deste pouco ou nada têm a ver com as ondas que o recebem.
Vezes há em que nem se misturam, ficando a espuma branca apartada da água coliformemente escura por incompatibilidade de responsabilidades. Os responsáveis por sua saúde cobram o tratamento, mas não se movem de seus impecáveis gabinetes, hotéis, casas de praia, pranchas de surf, raquetes de frescobol, cangas etc. – salvo raras exceções, como sempre.
O Rio Capivari é tão abandonado que, até o momento, a FATMA (Fundação Apática de Monitoramento Ambiental) nem lhe julga merecedor de uma mísera plaquinha como aquelas que ornamentam inúmeras praias de Floripa explicitando a inoperância do órgão responsável pelo Meio Ambiente em Santa Catarina.
GEAN LOUREIRO, recém-empossado responsável pelas ações – ações?! – da FATMA declarou que agora ela vai começar a trabalhar de fato.
Enquanto isto, bem que alguns moradores e empresários acostumadosa descartar clandestinamente seu esgoto reflitam sobre esta atitude. Também será bacana se as pessoas que têm o hábito de levar cachorros e outros bichos para a praia refletissem sobre ISTO.
Porque somos todos responsáveis pela atual situação de abandono em que a Praia dos Ingleses se encontra. Somos responsáveis inclusive quando não assumimos esta responsabilidade. Ou privilégio conforme a visão de mundo de cada um.
Até quando nosso pote resistirá?
{8¬?
Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)
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15 março, 2013
UM CONTO MANEZIM
PRESENTE SEM FUTURO?
Acontecimento raro, como sabidamente rara é a beleza.
Família é presenteada pela vida com uma criança linda. Enquanto Flor cresce, parentes, como de praxe, planejam seu futuro. Instalam prancheta no quartinho dos fundos. A cada momento, algum dos responsáveis por sua existência propõe linhas que nem sempre – ou nunca – combinam umas com outras, embora ninguém se aperceba:
- Podemos vendê-la para um casal estrangeiro. Ela terá mais segurança no futuro; nós, mais conforto no presente. O fim de ano se aproxima e precisamos trocar de carro.
- Podemos deixar seu cabelo crescer e vender os cachinhos. Conheço quem compra e paga bem.
- Também pode fazer propaganda de sabonete ou sabão.
Uma voz destoante:
- Precisa tomar vacina...
Muitas, em uníssono, interrompem:
- Não podemos perder tempo!
Parentesiseando: não se trata de família depauperada, dessas que vendem almoço para comprar janta: tem carro na garagem, cerca elétrica, televisor dos fininhos com n polegadas, closet climatizado e muitos livros de autoajuda na estante da sala. Assina semanários e tem presença assegurada em palanques. Família de bem, pois sim.
O tempo atropela: Flor adolesce. A parentada continua debruçada na prancheta:
- Está uma mocinha, né? Precisamos lhe arranjar um bom casamento.
- Vamos mandar fotos dela pro BeBeBo e pra Arrazenda.
- Vamos inscrevê-la no concurso da televisão.
Outra destoante:
- Flor precisa de água limpa...
Coro, nervoso:
- O tempo ruge!
Inexoráveis, circunstâncias continuam a exercer seu ofício sobre a menina que, ainda bela, subsiste. Já apresenta falhas no sorriso, cachos convertidos em emaranhados, eczemas avançando pela antes tão macia e perfumada pele. Porém, ainda tem olhos de mar. Belezas ainda recônditas conferem, a Flor, ímpar magia. Suplicante magia.
A parte bem intencionada da parentada implica com as parcas vozes destoantes. Acusa-as de serem contra a felicidade de Flor e padecerem de ranço eco isto & aquilo. De rejeitarem o progresso da filha. De quererem o retorno aos casebres iluminados por pombocas enquanto filhas nem tão bonitas usufruem de oníricos cubos de metal e vidro.
Poucos percebem o estado crítico de Flor e a novela trágica em que vai se transformando seu viver. Alheia às súplicas, a maior parte dos membros da família permanece, como sempre, atenta ao seu umbigo. Não fazem conta de rancho de amor algum. Flor, impaciente com o Futuro, anseia melhor Presente. Turvam-se-lhe os olhos de mar.
Talvez só as bruxas de Cascaes possam lhe salvar das bem intencionadas almas que, como se sabe, forram certa seção do Além.
Ps.1 - No clip, LUIZ HENRIQUE ROSA canta RANCHO DE AMOR À ILHA, hino de Florianópolis, composta por ZININHO.
Ps.2 - Saiba muito mais sobre Floripa clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).
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08 março, 2013
ÀS FLORES: O JARDIM
Um poema dedicado - porque, nelas, inspirado - às meninas que acreditam que Vida é Movimento.
Bejotas procês!
{8¬)
JARDIM
Sabe, como as outras, que desfruta do mais
belo jardim e que o
bondoso
jardineiro
jamais deixaria
alguém
lhe arrancar
uma
pétala sequer.
O canteiro fica em frente à janela da
menina mais romântica da aldeia.
O seu mais profundo desejo é ser levada
para
o pequenino vaso de
porcelana
branca com
passarinhos
azuis e amarelos
posto
sobre o criado mudo,
ao
lado da cama, cujos lençóis
exalam
as mais finas
fragrâncias
de colônia
e
platônicas paixões
arrebatadoras.
Ah... aquele brilho que suas pupilas irradiavam
quando,
ao chegar do colégio,
jogava-se
sobre a cama,
abraçada
à almofada, em meio
a
murmúrios e suspiros profundos.
Tudo o que quer nesta vida é trocara segurança
das
mãos do velhinho e os beijos
profissionais
das abelhas e borboletas
pelo
suave roçar daquela pele aveludada
ou,
pelo menos, um simples olhar.
Todas as outras, como soe acontecer,
repreendem-na,
meneando
suas corolas ao vento, por esta
inconseqüência
adolescente de sonhar
em
abandonar a terra fértil do canteiro,
o
regador infalível etc.
No entanto, lá no íntimo, todas sabem que a vida é
uma
só.
07 março, 2013
FORA ELEITOR?!
Passada a modinha do #ForaRenan, tentarei conversar sobre o assunto sem provocar a bronca dos amigos, dos inimigos (tenho algum?) e dos nem tanto. Enquanto não surge outra...
Hey ho, Let’s go!
RENAN CALHEIROS (PMDB-AL) foi eleito para o Senado em 2010. Eleito conforme os mandamentos da legislação eleitoral em vigor. Simplificando: 33,42% dos eleitores alagoanos cujos votos foram válidos escolheram-no para o cargo. Então, ele está no Senado Federal por livre escolha de cerca de um terço dos eleitores alagoanos. De forma igual foram eleitos os outros 80 senadores e os 513 deputados federais. Também assim o foram governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Muitos deles, com processos até na instância criminal. Talvez você que me leia queira me retrucar que o eleitor nordestino não sabe votar. Sugiro que confira bem como foi o processo eleitoral no seu estado e na sua cidade. Independentemente de sua zona eleitoral, pode ser que o teu eleito seja uma pessoa bacana; pode ser que não. As diferenças entre os brasileiros não são tão grandes assim, por mais que sonhem bairristas & ACMelhados.
O eleitor, este ser que, o GOLPE MILITAR de 1964, entre outros episódios nacionais, eliminou temporariamente, voltou a exercer o poder de escolha de quem gere seu destino nos quesitos social, político e econômico. Esta volta não foi fácil, conforme o VÍDEO nos mostra. Aliás, é interessante como o golpe em pauta consegue ter viúvas que nem haviam nascido ao tempo de sua vigência. Pois é, o eleitorado brasileiro – que inclui, também, os que votam nulo, abstêm-se ou preferem aproveitar o dia para viajar – decide. O resultado desta decisão, como qualquer outro tipo de resultado, não agrada todo mundo. Principalmente, não agrada àqueles que se recusam a participar ativamente do processo. Já percebeu que os reclamantes, normalmente, não são aqueles que pegam o touro pelo chifre?
Enfim...
Você votou? Por que votou em quem votou? O que tem feito aquele em quem você votou?
Não votou? Por que não votou? Por que sonha acordado como um daqueles ENCAVERNADOS platônicos?
De minha parte, estou fã do eleitor. Torço para que sempre reflita antes do voto e que, principalmente, acompanhe o desempenho de seus candidatos no caso de serem eleitos. Enquanto isto, esforço-me para participar ativamente das tomadas de decisões no que diz respeito ao meu viver. Acredito que quem se coloca à margem não está livre do destino do grupo: as margens do rio são partes do mesmo.
Ou estou equivocado?
Ps.1 - o vídeo cita o filme NOVEMBRADA, de EDUARDO PAREDES. Ps. 2 - Para saber muito mais, clic nos HYPERLINKS (palavras realçadas).
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05 março, 2013
ZOON POLITIKON
É obviamente ululante que o caminho mais fácil é sempre o mais atraente. Até porque não parece que será necessário pensar enquanto se caminha. É como o hamster na gaiola: está tudo à mão, da comida à rodinha disponibilizada para o pseudo-exercício. E ele segue sua sina, muito crente de que sabe cuidar da própria – que é o que lhe interessa – e não precisa de ninguém. Com o passar do tempo, mesmo que o dono esqueça a portinhola aberta, não lhe dá vontade de mudar de ares.
Não demora e já nem se percebe como um rato, mais. E o viver lhe fica fácil, fácil.
Viver?!
Nem todos pensam assim. Principalmente, aquele que tem permissão para escolher o que vai na cumbuca. Sabe bem como é o viver do hamster que opta pela gaiola. Afinal, é quem a pinta de dourado.
Alguns outros reagem contrariando o coro de engaiolados e engaioladores contentes. Acreditam que o Mundo é uma cumbuca muito maior que a gaiola. Que, ao invés de gaiola, o Mundo é infinita porta, cuja chave chama-se Vontade.
E o que você tem a ver com isto?
Ps. 1 – sabe quem foram os DIGGERS?
Ps. 2 – sabe o que é ZOON POLITIKON?
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02 março, 2013
RAP & TANGO = GOTAN PROJECT
Simples: hoje é sábado: nem todo mundo precisa ir pro batente: uma cerveja ou vinho ou sccoth ou uma pinguinha de Minas é mais atraente que café com pão.
Há exceções também neste campo. Fazer o quê, né?
Então, se tu estás podendo, aumente o volume e saia pelo salão, nem que seja o da kitnet, e solte o corpo das amarras da alma (aqueles que tem alguma, bien sûr).
GOTAM PROJECT intima: vamos lá?
{8¬)
Há exceções também neste campo. Fazer o quê, né?
Então, se tu estás podendo, aumente o volume e saia pelo salão, nem que seja o da kitnet, e solte o corpo das amarras da alma (aqueles que tem alguma, bien sûr).
GOTAM PROJECT intima: vamos lá?
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