Como acontece com quase todas as pessoas – pois,
sempre há os gurus de plantão – muitos são os fatos e as coisas que escapam à
minha compreensão. Das principais, uma é a falta da Bancada da Saúde Pública e
da Bancada da Educação Pública. Neste momento em acompanhamos o massacre dos
professores da rede estadual paranaense, este sentimento incomoda ainda mais.
Pela simples razão de que, com impossíveis exceções, todos os participantes freqüentaram
instituições escolares e passaram um bom tempo de suas vidas em contato com
professores. Da mesma forma, os espectadores das imagens e vídeos que mais
pareciam ter saído de um filme de guerra.
A pergunta é: por que a Sociedade, cujo
instrumento de ação é o Estado, tem tratado desta forma os responsáveis por
parte considerável, e fundamental, formação de seus membros? E tudo isto
acontece sob o manto da legislação elaborada representantes legítima e
voluntariamente escolhidos e sustentados pelo eleitorado composto, em sua
maioria, de pais, alunos e professores? Incluídos aí aqueles que votam nulo ou
se abstêm, posto que isto nada mais é que optar pela participação
pseudo-passiva.
Pergunta meio longa, né? E a resposta,
então?
Já imaginou, você que me concede o
privilégio de acompanhar meu raciocínio até aqui, se professores &
simpatizantes da Educação Pública operassem no sentido de eleger ao menos um
representante por estado para a Câmara de Deputados? Teríamos, no Congresso
Nacional, uma bancada forte o suficiente para defender os interesses de
professores e alunos das escolas públicas.
O mesmo poderia acontecer em relação à Saúde
Pública. Que nos falta, preclaros cidadãos em condições de exprimir a própria
vontade na urna?