18 maio, 2010

PALMAS

Aproveitando o embalo da concreta canção-porrada Carne, postada aí embaixo, e na contra-mão do conversê oficial que sempre rola no mês de maio desde 1988, segue uma tentativa minha de compor uma marcha-rancho.
Não deu: a História sempre me complica o miolo.
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PALMAS, NÃO. PALMARES!

relhos
correntes
troncos
mares de sangue a escorrer pelas pedras
do pátio
no ar
os ódios e os gritos
a vida explodindo em vergões
(platéia apostas vivas sus!
doutores pedindo MAIS!
beatos pedindo MAIS!
ricos pobres
crianças velhos
madames prostitutas
todos pedindo MAAIIISSSS!!!)

frenesi
orgasmo na geral
a massa babando de prazer
um outro carnaval
não eram três dias
mas trezentos e sessen...
(lá se vão os séculos
e corpos ainda se imolam
para o deleite das almas brancas
nos dias em que lhes é permitido
fugir das senzalas do morro)

hoje o brilho na avenida
amanhã o elevador de serviço
ou quem sabe
com um pouco de sorte
umas verdinhas no câmbio do mangue

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