02 abril, 2007

muitas vezes



às vezes
sinto como alguém que falasse sânscrito
e esquecesse
quão raríssimo
é um ouvido para sânscrito

lembro-me de mestre Gil*:
resguardo-me autisticamente
às vezes...

noutras
mestre Bakunin assume o leme:
soltos os cachorros
fodam-se os ouvidos!



* não o famoso artista
mas o anônimo motorista
jurerê, 01/04/07

2 comentários:

Anônimo disse...

Você escreveu isto aquele dia na beira da praia?

Anônimo disse...

Minha sobrinha artista, o poema foi-me engravidando na ida. Fosse eu um fã do além, diria que já antecipava uma parte do papo que rolou no boteco da praia. Quando começou aquela conversa xenófoba e desinformada sobre migração, não tive outro jeito a não ser parí-lo.
O niver da Bir (pra quem dei o original do poema) foi muito bacana e o lado bobo fica aprisionado no poema.
Bejotas