20 abril, 2012

QUEM GANHA COM A GUERRA FISCAL?

Tramita no Senado a RESOLUÇÃO 72 que pretende acabar com a guerra fiscal tão a gosto dos Estados brasileiros (os mesmos que vivem clamando pela reforma tributária) através da uniformização do ICMS nas transações interestaduais, quando se tratar de produtos importados.
Os governos dos estados Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina têm questionado veemente a tal resolução alegando que suas perdas serão imensas. Pleiteiam, no mínimo, que a implantação do que a lei prescreve seja lenta e gradual (como a democracia que alguns ofereciam naqueles anos bacanas que vivemos).

Acredito que a atual administração de SANTA CATARINA, assim como o anterior do qual se afirma e se firma como continuador, tenha aumentado a arrecadação através do estratagema tributário denominado PRÓ-EMPREGO, que incentiva importações pelos portos catarinenses, através de redução no ICMS. O infográfico ao lado deixa claro o quanto as importações catarinenses (catarinenses?!) cresceram. Agora, este crescimento é bom para quem?


No infográfico seguinte podemos constatar que as exportações catarinenses também aumentaram. Porém, bem menos que as importações. Isto é bom? Comprar é mais rentável que vender?


Como todos aprenderam (ou deveriam ter aprendido)  nas aulas de física, ISAAC NEWTON garante que toda ação provoca uma reação em sentido contrário e de igual intensidade. Obviamente, se uma  região entende e, pior, pratica, que importar é melhor que exportar, os produtores deste estado ficarão a ver navios. Literalmente.
O infográfico abaixo deixa claro o que tem acontecido com importantes setores da produção industrial catarinense.



Como não entendo, assim como a maioria dos mortais, os meandros do economês, suplico que algum dos visitantes explique se as vantagens do programa Pró-Emprego são para a administração estadual ou para o Estado de Santa Catarina.
Aproveitando o papo, não entendi, à época, por que o Governador Colombo, logo após sua eleição, foi se encontrar com o mandatário espanhol de então. Pensando nisto, muito desejo que Santa Catarina não seja a Espanha, amanhã. Lembram-se do Efeito Orloff?
E você aí, empregado ou empresário industrial catarinense, que tem a dizer sobre isto tudo?


Ps. 1 - os infográficos foram emprestados do DIARIO CATARINENSE.
pS. 2 - como sempre, tem muito mais informações nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

Um comentário:

Lygia Nery disse...

Não sou catarinense, mas não pude deixar de me lembrar de uma empresa que foi minha cliente lendo o seu post.
Tratava-se de uma pequena indústria de sabonetes, que começou em 2000 com uma proposta de trazer essências brasileiras quase desconhecidas e apresentação diferenciada. Em pouco tempo ampliaram a linha para sais de banho e começaram a terceirizar a produção de outros cosméticos.
Há uns 5 anos atrás, descobriram que o que dava mais lucro era importar acessórios de banheiro da china...
Resumindo a ópera, hoje não fabricam mais nada. Toda produção é terceirizada ou importada. A "indústria" virou uma mera distribuidora. Segundo a dona, a proposta inicial não era viável economicamente.
... Evidências de como o estado brasileiro está incentivando o "crescimento" do país.