Nos
estertores de minha participação no curso de História da Unicamp consegui uma
bolsa de auxílio ao estudante. O trabalho era colaborar na organização de
jornais antigos no Centro de Memória. Desde esta época instalou-se em meus
parcos neurônios uma questão: como terá
sido o dia 14 de maio de 1888?
Até hoje esta pergunta ocupa-me a mente e é
o ponto que mais me instiga em tudo aquilo que se relaciona com a escravidão
dos negros. Sim, dos negros. Porque, ainda hoje, como antes, o TRABALHO ESCRAVO
continua a fazer parte do modo de produção instalado no Brasil após a chegada
dos portugueses.
A escravidão
atual difere-se daquela extinta em 1988 por dois motivos: é ilegal e inclui
escravos de várias cores (não vou dizer raça pra não incomodar os anti-cotistas
de plantão) e nacionalidades. Basta conferir as notícias envolvendo grandes
grifes da moda e quartinhos escuros com latino-americanos dormindo aos pés das
máquinas de costura. Como reação, às vezes, pessoas ilustres, juntamente com
aquelas que têm vontade de parecer ser da elite,
comem bananas que estampam camisetas das confecções de grife.
Fico
com a impressão de que desfrutamos de outro tipo de racismo, muito mais
inclusivo em termos de cores humanas, o que facilita a crença na balela
difundida pela tal elite de que nosso racismo é apenas social. Apenas...
Ps. 1 - imagem "emprestada do blog FOCO CIDADÃO.
Ps. 2 - saiba mais sobre o assunto clicando no HYPERLINK (palavras realçadas)
2 comentários:
13 de maio ..
A escravidão é o cravo que briga com a rosa .. tem desmaio .. e põe-se a chorar .. lágrimas de crocodilo ..
#abaixo a sacada !!
Vc tem razão Shasça, dia 14 de maio é o dia do começo de outro tipo de escravidão!
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