31 agosto, 2006

SÔ VICENTE

o oleiro
na sua santa inocência
atolava sua imaculada mão na argila
a fazer os tijolos
que formariam o muro
barreira
entre o pomar do patrão
e a fome dos seus filhos

o bom deus
como de hábito
espalhava suas eternas bênçãos
sobre o homem de boa fé
seculus seculorum
amém...

AMÉM?

Caldas, início dos 80’s

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