Vontade política é, muito provavelmente, das expressões que mais se ouve no Brasil. Principalmente, em época de eleições. Como temos eleições a cada dois anos, estas duas palavras pululam nos discursos dos políticos de oposição, nas análises de jornalistas e cientistas sociais. Também dominam as conversas entre os eleitores nas poucas ocasiões em que se lembram de que em alguns dias de suas vidas serão obrigados a escolher os ocupantes dos postos que comandam os destinos do país e, por conseguinte, os seus.
Tal como acontece agora, candidatos ocupam ruas, botequins, campos de futebol e, para piorar, invadem as telas de TV atrasando o começo da novela e do telejornal favorito. Nestes momentos, em meio à bronca cívico-eleitoral, a maioria da população relembra que este e/ou aquele fulano, na eleição anterior, esteve no seu bairro prometendo mundos e fundos, não cumpriu e já está de volta com a mesma conversinha. Só o terno que parece mais caro que o anterior. Fica, também, a impressão de que o candidato está mais saudável...- Ô Maria, este cara não tinha umas pelancas penduradas no queixo? Espia só como o salafrário está formoso, com o burro na sombra...
Lá está, mais uma vez, o candidato bradando que o governo (municipal, estadual ou federal, não importa o partido) não tem vontade política para melhorar as condições de vida da Comunidade. Apresenta-se como o portador da vontade política, o único capaz de exercê-la apenas em benefício do Povo, sem o menor interesse a não ser o de resolver os problemas na Segurança, na Saúde e na Educação, sem falar no aumento do emprego, da renda etc. Como sempre, ele discursa e o eleitor desconfia deste pote de boas intenções tão solícito.
- Vontade pol... Afinal, o que vem a ser isto?
Pois é. O termo Política deriva de Polis, que significa cidade. Posto isto, podemos traduzir a tal vontade em desejos e anseios dos habitantes da cidade/município, estado e nação? Vamos experimentar este raciocínio? É simples: a partir dele, vereadores, deputados e senadores tornam-se os tradutores das nossas vontades; prefeito, governador e presidente executam as mesmas; juízes fiscalizam a execução e punem eventuais desvios. Já a função do eleitor exige um pouco de esforço no sentido de acompanhar os atos desses nossos representantes, por cujo trabalho pagamos muito bem. Acreditando nisso e, principalmente, praticando esta cobrança, só o desinteresse pelo que é nosso pode nos prejudicar.
Acreditar que a Vontade Política é NOSSA é o primeiro passo para a melhoria da vida de todos. Então, que tal transformar este sentimento de bronca ou enfado durante a campanha eleitoral numa oportunidade de aprendizagem?
Vamos lá?
{8¬)
7 comentários:
O que mas nos chateia nisso tudo, é que só vamos ter contato com eles agora, depois nunca mais quando ganharem o seu tão tão esperado mandato.
Claro cumpadi. Tá faltando vontade política para o eleitor escolher com determinação o seus representantes e parar de reeleger caras sem vontade nenhuma de ajudar o povo.
Pois bem, vontade politicas, as vontades do cidadão. Temos tantas vontades.Na politica, a arte das negociaçoes, não seria diferente. Queremos o melhor pro em coletivo, em social. Mas e há vontades em fazê-lo? Muitas coisas acabam ficando somente na vontade. A vontade que o candidato que pede voto tem que você votasse nele, a vontade que o seu candidato ao ser eleito cumpra com as promessas de campanha, a vontade que mesmo que seu candidato não ganhe, e ai você terá durante um bom tempo assunto pra rodas de bate papo,que este ao menos faça mudar sua opinão fazendo o melhor a coletividade de eleitores e cidadãos. Quantas vontades! Todaelas necessitam de uma ação, se não morre na praia, fic ano caminho,como pedras que chutamos longe ao caminhar. de nada adianta. Mas também de nada adianta tranferir na integra a responsabilidade da mudança para iniciativas do cidadão, porque se assim fosse,de nada adiantaria termos a vontade de escolhermos os nossos representantes como faremos nesse periodo eleitoral.
Mas e então, qual sua vontade?
Anderson,
Como diz Eduardo no seu comentário, "tá faltandovontade ao eleitor...".
A minha vontade é meter a colher nesta angu porque eu também colaboro para a existência dele; seja com o fubá, seja com o suor.
A luta é contínua!
{8¬)
Para mim, vontade política é uma expressão ideológica, reservada justamente para aqueles que não podem assumir suas práticas impopulares. Falando em prática política, e não apenas a metafísica das vontades, destaco como duas questões fundamentais aqui em SC: o vergonhoso salário vitalício pago aos ex-governadores; e o
não cumprimento do repasse dos percentuais mínimos para aplicação nas ações e serviços públicos de saúde.
Em 2006, com a minha ajuda, o deputado Padre Pedro (PT), assinou a primeira ação popular contra o pagamento do subsídio
vitalício. Na época, Pinho Moreira ainda não era ex-governador, por isso a
decisão de apresentar uma ação paralela, no início de 2007, tratando
exclusivamente do caso de Moreira. Os salários vitalícios mensais de R$ 24
mil são pagos a todos os ex-governadores do Estado de Santa Catarina,
independente de quanto tempo assumiram o cargo. Em 2006, logo após a
primeira ação popular, conseguimos na justiça a suspensão liminar dos
pagamentos feitos aos oito ex-governadores que recebiam o benefício até
então. Depois de recurso, os ex-mandatários conseguiram reaver o subsídio.
A ação prossegue na Vara da Fazenda Pública. O mesmo ocorreu em 2007,
depois da apresentação da ação específica tratando do caso do
ex-governador Eduardo Pinho Moreira – que assumiu o cargo por apenas oito
meses. Ele teve o pagamento suspenso por liminar, mas conseguiu reaver o
benefício. Em 2008, a justiça determinou o corte do salário pela metade.
Apesar de considerar um avanço, apresentamos recurso à decisão, buscando a
extinção total do pagamento e não apenas sua redução. A ação também
tramita na Vara da Fazenda Pública.
Outra ação popular, protocolada no final do mês de abril deste ano, no
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, solicito que o Governo do Estado
seja obrigado a observar os percentuais mínimos para aplicação nas ações e
serviços públicos de saúde (12% da receita corrente líquida). Conforme os
relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de 2005 a 2008, a
inclusão indevida de inativos nos investimentos da saúde retiraram, em
média, R$ 7,8 milhões mensais do setor. Além da exclusão das despesas com
pagamentos de inativos da base de cálculo do valor aplicado em saúde, a
ação solicita a requisição ao TCE das cópias integrais dos processos que
tratam das contas anuais prestadas pelo governador e pede também que o
Estado não mais desvincule a receita tributária destinada à educação, o
que reduziu os investimentos no setor em quase R$ 245 milhões de 2005 a
2008.
Em todos os anos o Governo do Estado praticamente maquia os investimentos,
para afirmar que alcança o percentual constitucional mínimo de 12% da
receita em saúde. O que queremos, apenas, é que esse percentual seja
respeitado.
Shasça, um grande abraço e boas vontades na caminhada.
Murilo Silva - chefe de gabinete do deputado Padre Pedro, candidato à reeleição (PT 13987)
Por isso só voto em candidatos que não recebem apoio financeiro de empreas. Esses nunca farão nada aos trabalhadores, pois estão comprometidos com eles. Não conosco.
A maioria entende, e assim "nos" querem passar, que a democracia é apenas o exercício do voto. Porém, é fundamental a participação da vida em comunidade. Seja na participação das reuniões das associações de bairro, conselhos municipais, etc. Ou seja, fazer valer "nossa vontade política" ao longo de todo o tempo.
Postar um comentário