02 dezembro, 2007

PRETENSÃO?

Como a maioria só conhece dois dos versos e os cita como ingredientes de uma receita de bolo, eis a íntegra:

MAR PORTUGUÊS
(Fernando Pessoa)

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Como gosto de uma briguinha (meu amigo João, lá de Souzas das Campinas, diz que me subestimo quando apenas falo que adoro) resolvi dar pitaco. Daí, respondo ao mestre que muito gosto, porém não respeito. O não respeitar é por que não respeito coisa alguma, gostando ou não. Respeito me cheira a hipocrisia e falsidade. Prefiro acreditar nas diferenças sem “desde que”.
Voltando ao pitaco, aí ele vai:

Pessoa,

o que “vale a pena”
a alma
apequena

Floripa, 24/02/05

4 comentários:

Anônimo disse...

Todo aquele que, por ventura, desejar postar um comentário e não tiver conta no google, basta marcar a opção apelido, logo abaixo.

Anônimo disse...

Vc, amigo, está sendo incoerente ao dizer que não respeita nada mas acredita nas diferenças. Quem acredita nas diferenças deve respeitá-las. Está aí o princípio da democracia, e da ética!
Bjs.

beta disse...

adorável!
é bom saber do seu desrespeito. dá um ânimo pra pensar o mundão... pra pensar na importante irritação... na luta contra a alienação.

inté

Beta

beta disse...

"luta contra a alienação"... soou marxista, heim!?!?!?!

heheheheheh

Beta