28 dezembro, 2012

FELIZ 2013 ETC & TAL

Sob a batuta de TONINHO HORTA, o trio aqui de casa sempre acompanha Maria Cândida.
E convidamos todo mundo!
{8¬)




Ps.: clique no HYPERLINK (palavra realçada) para saber mais sobre o maestro.

14 dezembro, 2012

RODOVIÁRIA DE FLORIPA: ESTADO TERMINAL?

O NOTÍCIAS DO DIA de hoje relata que o Governo de Santa Catarina pretende (ô verbinho, hein?) lançar edital de licitação para a reforma do Terminal Rodoviário de Florianópolis que, aliás, a julgar pelas condições de sua estrutura física e funcional está quase fazendo jus ao primeiro termo de seu nome. Realmente, uma cidade que se pretende destino turístico – alguns até a chamam de Capital Turística do Mercosul – precisa oferecer boas portas de entrada em seu território.

Segundo VALDIR COBALCHINI, o processo licitatório terá início em janeiro de 2013. o processo licitatório terá início em janeiro de 2013 ao custo de R$ 6,5 milhões e com previsão de conclusão da obra em 12 meses. Isto significa que os passageiros – turistas ou nativos – continuarão a penar por mais dois verões, no mínimo. Relevemos este detalhe. Afinal, o prédio precisa ser mesmo recuperado, além de ter seu funcionamento adequado às necessidades de quem o utiliza para viagens ou nele trabalha.

O problema é que, não bastasse a demora, o governo de Santa Catarina pretende passar o TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA para a iniciativa privada, depois de terminada a reforma. Oras, se o governo não dispõe dos recursos necessários à operação e manutenção do mesmo, e esta é a alegação, por que não entrega o prédio assim como está à empresa privada interessada em assumir o negócio? Ela que faça o necessário investimento e depois receba por isto, através de taxas pelo uso e aluguéis de espaços para lojas, restaurantes etc. Não é justo?

Agindo assim, os recursos públicos poderiam ser realocados para áreas mais carentes do Estado como, por exemplo, Saúde e Educação.

É possível, Secretário?

  Ps.: para saber mais, clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

13 dezembro, 2012

BOA VIAGEM, RAVI!

Pessoas bacanas estão sempre cercadas de amigos. Teclo daquelas que gostam de estar no meio de amigos. Pois, há também aquelas igualmente bacanas que preferem a solidão.
Às vezes, as pessoas do primeiro grupo juntam-se em viagens como MONTEREY POP. Outras, partem em momentos aparentemente distintos para se reunir em outras paragens e, como suas vidas são pura rima, e continuar a viagem.
Assim, vejamos RAVI SHANKAR festejando com um bocado de gente bacana. Gente com a qual ele já deve estar, novamente, afinando o instrumento. Pois, com canta Walter Franco, "VIVER É AFINAR O INSTRUMENTO".
Experimente curtir como era curtir antes do fez-se book.


Ps.: saiba muitomais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas.

05 dezembro, 2012

BOA VIAGEM, CUMPADI DAVE!

Hoje, o imensurável DAVE BRUBECK foi passear. Neste momento, deve estar dando voltas por jardins que já conhecia, pois sua música - sua vida, portanto - foi muito além que sua mais que conhecida TAKE FIVE. No documentário 1959, THE YEAR THAT CHANGED JAZZ é possível constatar o cliema de magia que ajudou a criar.
No notíciário dizem que ele faleceu aos 91 anos. Que bobagem! Ele permanecerá vivo entre todos aqueles que o conhecem ou virão a conhecer pela imortalidade adentro. Por uma razão muito simpes: apenas os esquecíveis são mortais.
Então, vamos deletar o termo hoje: Dave segue em seu passeio.


Ps.: para saber mais sobre Dave basta um click nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

BARCA DOS LIVROS: PROGRAMAÇÃO DE DEZEMBRO/12

Para quem pensa que, em Floripa, o que interessa são as 42 praias, sugiro que conheçam um dos melhores espaços de prazer que a Ilha oferece: a BARCA DOS LIVROS.
A barca é bem mais interessante e construtiva que o xou da xuxa ou o PICA-PAU.
Curta acompanhado pelas crianças!


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas) 

04 dezembro, 2012

O QUE VALE UM CICLISTA?



Lamentavelmente, temos NOTÍCIA de que mais um ciclista perde a vida para o reino dos automóveis e caminhões. Mais um porque a quantidade de vítimas nesta batalha de frágeis Davi’s contra milhares de Golias’s nas ruas e estradas só aumenta. Mais um porque não há sinal palpável de que os Golias’s, com seus motores cada vez mais potentes e contando com o apoio – ainda que tácito – das autoridades responsáveis pela organização do tráfego de veículos motorizados ou não, sempre saem ilesos dos acidentes. Ilesos nos sentidos explícito e figurado.. Mais um porque, no fundo, acidente que envolve ciclista não merece muito destaque nos meios de comunicação: algumas linhas e basta. Afinal, o deus é o automóvel.

Normalmente, apenas parte dos ciclistas, solidários nas arriscadas pedaladas, movimenta-se pleiteando melhores condições de sobrevivência nas congestionadas arenas asfaltadas. Para completar o caos, a maior parte dos ciclistas não se envolve na pressão. Preferem seguir em frente, cabisbaixos, enquanto pneus e para-choques lhes permitirem.

Muita gente já deve ter visto como automóveis freiam bruscamente, derrapam, quase capotam, para não atropelar um cãozinho que, inadvertidamente, atravessa uma rua ou estrada. Entretanto, quando se trata de um ciclista, o mesmo já não acontece. As explicações dos atropeladores, quase sempre, são as mesmas: “não deu tempo de frear...” ou “a bicicleta surgiu de repente...” e coisas do tipo.

Tomei o acidente fatal que ocorreu hoje na SC-401 apenas como inspiração para a postagem. Porque, para a Sociedade, este é apenas mais um acidente que, por acaso, resultou na morte de alguém que optava, ou precisava, por locomover-se de bicicleta, atrapalhando o tráfego. O que interessa é questionar – e eliminar - a permanência das circunstâncias e acontecimentos que culminam com um corpo coberto por jornais ou sacos plásticos ao lado de uma bicicleta destroçada, muitas vezes com uma das rodas girando, insistindo em seguir a viagem, como se fosse o cavalo de um cowboy vítima de emboscada.

Por isto tudo, talvez caiba uma pergunta:
- Quando a Sociedade vai valorar o ciclista em, ao menos, 10% do que vale o motorista? Ou isto é pedir muito?

Com a palavra...

{8¬?


Ps.1 - a tal Sociedade é composta por todos nós, sejamos atores ativos ou passivos.
Ps.2 - saiba qual é a notícia clicando no HYPERLINK (palavra realçada)

29 novembro, 2012

FUTEBOL NA PALESTINA

Apesar da posição contrária de países pseudo-modernos como, por exemplo, o CANADÁ, a Palestina assume, a partir de hoje, o status de PAÍS OBSERVADOR junto à ONU. Quem sabe, depois deste pequeno mas importante passo na sua História, o povo palestino tem uma pouco de chance de viver em paz, livre do diário massacre que lhe impõe o governo israelense.
Aliás, além do já citado Canadá, Israel (obviamente), Estados Unidos (obviamente, idem) República Tcheca, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Panamá também votaram contra.
Aproveitando este momento de festa, que tal assistir um documentário sobre um momento tão trivial para quem tem a sorte de ter nascido no Brasil: o futebol?
Como é que você, torcedor encantado ou decepcionado com a escolha de Felipão para comandar a pária em chuteiras (parodiando NELSON RODRIGUES), enxerga as dificuldades dos palestinos em busca de bater uma bolinha?
{8¬?


Ps.1 - O documentário é uma produção da TXUCARRAMÃE FILMES.
Ps.2 - Para saber mais, clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

27 novembro, 2012

JIMI MERECE

Pelos setenta anos de acordes maravilhosamente dilacerantes, JIMI HENDRIX merece este solo vindo direto de Belgrado.
Merece ou não merece, ANA POPOVIC?
Deixe sua mensagem nos comentários que ela será teletransportada pelas MUSAS até o até o maior herói que a guitarra já conheceu.



Ps. 1 - Aproveito para agradecer ao blog SOCIEDADE DO BLUES DE SETE LAGOAS, que, não sei por que, interrompeu suas atividades em abril de 2011. Descobri este blog hoje, gostei e tou torcendo para que o Dr. K retome os trabalhos. Volta aí, cara!


Ps.2 - saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

23 novembro, 2012

VERDES DERRUBAM GOVERNO ALEMÃO

Isto é que é mundo globalizado, online e jus-in-time all the time!
Olha só como a queda do PALMEIRAS para a segunda divisão casou até o fim da 2ª GUERRA MUNDIAL:




Ps.: saiba clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

20 novembro, 2012

CONSCIÊNCIA NEGRA É TAMBÉM ISTO AÍ

Hoje é o dia dedicado à reflexão e, principalmente, tomada de decisão a respeito do viver do negro. Como creio que este assunto não pode ficar circunscrito a esta ou àquela posição geográfica, resolvi apresentar, aos que ainda não o conhecem, este angolano que expõe as condições de vida do seu povo aos ouvidos e mentes que sua voz alcança. DOG MURRAS nos apresenta um diagnóstico da situação da maioria da população de ANGOLA. Pela letra é possível constatar que o mesmo acontece no nosso país, onde alguns privilegiados vivem a bradar que não existem raças e que, por incrível que pareça, não existe racismo no Brasil.
A música continua uma potente arma de denúncia e luta e, neste momento, lembro-me daqueles versos de BOB MARLEY.
E o que você tem com isto, hein?



Ps.: para saber mais, clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

19 novembro, 2012

DIBIGODE

Por questões de fuso horário íntimo, o FRATURA parabeniza os portadores pelo DIA DO BIGODE, que se comemora no dia 18/11. Comemoração que se preste precisa ter música. E música de primeira!
Posto isto, o DJ põe pra rolar - e apresenta para o caso de você ainda não ter usufruido o privilégio - a banda mineira DIBIGODE. Banda esta que, nos primórdios, quase se chamou Los Hortifruttis.
Música instrumental de primeira linha. Enjoy it!


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

08 novembro, 2012

COTAS RACIAIS EM OUTROS TEMPOS

Assisti, mais uma vez, MISSISSIPI EM CHAMAS . Mais uma vez, considero Rupert Anderson o meu protótipo de herói.
Mais um vez, meu cérebro (que eu sei que é mole) deu piruletas enquanto assistia, da calma da sala, o estilo democrata e divertido da Ku Klux Kan.
Daí, fiquei inspirado e resolvi buscar nos arquivos do blog este presente que ofereço a todas as pessoas que são contrárias às cotas para negros.
E esta canção da BILLIE HOLIDAY é uma espécie de homenagem aos seus argumentos tão humanamente profundos.
Taí, ó!



A letra é fácil de compreender:

Strange Fruit


Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves and blood at the root
Black bodies swinging in the southern breeze
Strange fruit hanging from the poplar trees

Pastoral scene of the gallant south
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolias, sweet and fresh
Then the sudden smell of burning flesh

Here is fruit for the crows to pluck
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for the trees to drop
Here is a strange and bitter crop

Ps.: nos HYPERLINKS (palavras realçadas) hyperlinks tem até o treiller do filme.

06 novembro, 2012

PRA RECOMEÇAR: JERRY LEE LEWIS

Também conhecido como A FERA DO ROCK, este guri é um dos responsáveis por aquela verdade que quem descobriu o rock antes do afrescalhamento sabe de cor: ROCK É ATITUDE!
Então, para retomar os trabalhos no blog, nada melhor que um incendiário do porte de JERRY LEE LEWIS. Arreda as cadeiras, encha o copo - se não tiver Jack vá de cachaça mesmo, aumente o volume, deixa de ser besta e saia pela sala plugado nos 220 V.
E o cara vem arrebentando com Me And Bobby McGee, canção que muita gente pensa que é da Janis Joplin. De fato, Kris Kristofferson é o autor.
Enfim, taí a fera!



Ps.: navegue pelos HYPERLINKS (palavras realçadas) e saiba mais.

12 outubro, 2012

CRIANÇAS, COMO TODO DIA DAS

Faz tempão que fiz esta postagem em agradecimento por todos os dias das crianças. Para retomar o blog de maneira mais suave, resposto-a integralmente. Até porque permaneço, como tudo o que há, o mesmo: movimento.
Ademais, há outros dois motivos, pelo menos:
- Maria Cândida ainda não ilustrava nossas vidas;
- Cumpadi Veca musicou este poema e, depois, verão como ficou bacana.

Ainda que, por vezes, punk, gosto de criança; até por ser mais uma. Aliás, certa vez, um amigo disse-me:

- "Cara, todo homem tem a SÍNDROME DE PETER PAN, mas você exagera nisso!"
Respondi-lhe:
- Cara, eu sou o PETER PAN!
Então, aí vai uma brincadeira que compus pros meus coleguinhas de todas as idades:
Podem ler desarmados que não dói.

{8¬þ       CANTIGA DE NINAR

nunca implorar pelo peixe
mas apreender o pescar
e conquistar o rio

avançar sempre menino
os conselhos vêm dos lados
à frente está o rio

não lamentar o que é ido
parar pra contar os mortos
é dar chance ao inimigo

cuidar as margens menino
saber dividir o rio
e esquecer o que digo


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas. Tem até filme completo.

20 setembro, 2012

PRO DIA DOS BATERAS: DUAS FERAS (OU TRÊS?)

Para quem os conhece e quem ainda não (que, aliás, nem sabe o que tem perdido) aí vão GENE KRUPA & BUDDY RICH brincando com sua alma: a BATERIA.
E, sem mais delongas, vamos às baquetas!



Ps.: saiba mais sobre estes lordes das baquetas clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas) como ESTE.

12 agosto, 2012

EH MEU PAI!

Como quase todo ano nesta data, aí vai,mais uma vez, o poema que compus para meu pai que mesmo tendo viajado, continua em mim. Porque, como canta o DUO GLACIAL nesta canção, não existe fim. Assim como não existe começo. O que há é o caminhar.



eh meu pai!

[poeira entra em meus olhos
não fico zangado não
pois sei que quando eu morrer
meu corpo irá para o chão
se transformar em poeira
poeira vermelha
poeira do meu sertão
(que ouvi com o Duo Glacial lá pelos meus seis carnavais)]

eh meu pai nosso que estais comigo
santificado seja o nosso rumo
caminhas por onde estou
como eu danças no bojo do vento que brinca nesta beiramar
onde mulheres bonitas
- ah como tu irias gostar de vê-las!
cheirosas balançando suas nádegas
prestes a romper justas malhas coloridas
e ofuscar o sol
maravilhar o sol
beiramar continuação
embora aparentemente distante
da morada da tua ex-carne
aparente porque quando olho tu olhas
sentes a escuma da cerveja que bebo
e te escuto a bronquear por minha barba
e meu cabelo comprido que este nosso vento bagunça
e aquela do jogo de futebol entre cabelo ruim e cabelo bom? hein?
sabes que riem quando esta tua nossa história
e outra vez desobedeço
filho do Leite que sou
e se fosse diferente terias vergonha de mim
como teve em Pedregulho
enquanto me gritavas teu orgulho
- na nossa família tem criminoso; ladrão, não!

eh meu pai nosso que estais comigo
quando passo/passa por mim uma bela mulher
solteira casada tanto faz
e me lembro do quanto demorei para perceber
o porquê daquele teu sorrir safado
quando tocava a ponta do nariz com a língua
continuas vivo
nos chanfros onde derramastes tua solda
dos cafundós das Geraes aos cafundós da África
da Rua dos Cachorros ao Brega de Candeias



eh meu pai nosso que estais comigo
rei dos cavalos bravios de Peçanha
criado a broto de samambaia e angu
desafiando as leis protéicas e vitamínicas
em tuas mortes não morridas
tuberculoses maleitas costelas quebradas
eletrochoque apendicites e etc
e o petit déjeuner de cerveja e conhaque

eh meu pai nosso que estais comigo
como nos domingos curitibanos de missa feijoada e zoológico
das cervejas no Caneca de Sangue
dois perdidos em Jacarezinho depois de goles de Ipanema
as noites nos botecos da baixada fluminense
e aquele insólito estilo de dividir a grana:
fregueses dos botecos saindo sorrateiros atrás de fregueses do boteco
e voltando sorridentes a contar o dinheiro dos fregueses do boteco:
a grana de mão em mão até à gaveta do balcão
onde descansaria até ser coletada sob mira do treizoitão
e outro balcão outro freguês outras mãos outras...
do baixo dos meus 20 anos olhava pra ti
e ouvia teu já conhecido mote, desde Curitiba
- onde tem gente vai gente
e lá íamos outra vez pra dentro da noite
cruel moedora de hipócritas e frouxos
bundas-moles rejeitados até pelo ralo da vida
a se perguntarem o quê fazer na superfície
além de bancarem os prazeres sadomasô de farmacêuticos
advogados cardiologistas psyco-gurus
e outras espécies de geriaputas

eh meu pai nosso que estais comigo
te vejo correndo atrás do Gentil homem
que atirou em meu primeiro amigo Suíço
protagonista da primeira cena de cinema
que ainda habita minhas retinas por quase meio século;
tu quixoterói canivete na mão rua abaixo
no encalço de Gentil e seu 38 que lhe pedia:
- não vem Leite, não vem!
e Mareca correndo e gritando e caindo na poeira sobre um Tião ainda em seu ventre
e tudo na hora do almoço
e eu tinha 4
e por esta e outras cenas do mesmo naipe
hoje ultrapasso os 400

eh meu pai nosso que estais comigo
e com teus filhos por sangue ou escolha e amigos
que dionisiacamente te saudaram noite adentro
rindo de suas/nossas histórias
sorrisos porque não mereces choro
nem a hipocrisia do respeito
que respeito é súplica dos fracos

eh meu pai nosso que estais comigo
cavalgando alta mula de arreios tilintantes
cruzastes o Suassuí-Poca
este nosso Hades
reza de Vó Rosa a abrir porteiras
e no pa-ca-tá pa-ca-tá das patas levantando a terra vermelha
tua alegria a se fundir com o horizonte



eh meu pai nosso que estais
vivo é o vosso sumo

09 agosto, 2012

A BICICLETA DO GERALDINHO

Como eu estou aqui me coçando para comentar a GREVE DO FUNCIONALISMO público federal - que parece pretender avançar até o país travar - divido contigo este tal GERALDINHO NOGUEIRA, um dos melhores contadores de causos deste Brasil. O pessoal que trabalha ou curte comédia me pé talvez não veja muita graça. Natural: cada tempo tem seus sinais.Deixando de lero-lero, experimente e me diga se estou equivocado.



Ps.: saiba muito mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

08 agosto, 2012

BOA VIAGEM, BOY DO BLUES

CELSO BLUES BOY foi brincar com sua guitarra bem longe dos sertanojos, axoxos e pagonojos. Á esta hora, já deve estar trocando umas bluenotes com BUCHANAN, The Roy.
{8¬)


Ps.: para viajar mais além clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas)

10 julho, 2012

9 DE JULHO: GOLPE OU CONTRA-GOLPE?






Cursei o ensino Primário nas Geraes. Ginasial e Colegial, curti no interior paulista: em Pedregulho, famosa por ser terra natal de Quércia, e Cosmópolis, uma das minhas terras natais (Antonina, Caldas e Salto Grande são as outras). Embora sempre tenha gostado de História e Geografia, apenas quando nos mudamos para o estado-locomotiva da nação comecei a ler e ouvir sobre a REVOLUÇÃO DE 32, MMDC e cousa & lousa.
Este evento da história paulista (por que, por exemplo, para os soteropolitanos o importante é o 2 de JULHO, enquanto para os gaúchos é o 20 DE SETEMBRO) aparentava ter quase mais importância que a INCONFIDÊNCIA MINEIRA tem para os próprios. No dia comemorativo do tal contra-golpe – ops! quis teclar revolução, mas escapou - creio que Dona Leonor, a professora de música do Gepan, regia-nos enquanto cantávamos algum dos respectivos HINOS. Ainda não era feriado, classificação que só aconteceu na gestão Mário Covas.
Bem, a finalidade aqui não é uma tentativa de ministrar uma aula de História, mas propor-lhes algumas questiúnculas:

- É possível acreditar que a burguesia paulista da época (alguns dizem que é a mesma de hoje, ao menos no estilo, se não nos sobrenomes) estava realmente preocupada em com a melhoria das condições de vida da população paulista ou brasileira?
- Com ditadura e tudo, a ERA VARGAS nos legou a Carteira Profissional e o Salário Mínimo. A burguesia paulista teria avançado mais na questão trabalhista?

Para ilustrar este papo, sugiro assistir os vídeos acima. O estrelado por JOSÉ SERRA é, como vocês devem adivinhar, mais do mesmo. Já o do ROBERTO REQUIÃO nos apresenta uma análise interessante dos liberais brasileiros e sobra até para Joaquim Nabuco. Aliás, será interessante saber como Requião vê a Revolução Constitucinalista de 32.
Enquanto aguardo comentários, deito aqui o que postei no facebook:
A zelite paulista (que ainda sonha com os tempos dos cafezais em flor) não admite que a capital do Brasil nunca tenha sido em São Paulo. Daí, criou seus próprios zeróis e seu sete de setembro. Pena que o eleitorado paulista acredite nesta ladainha enquanto o trem da História avança.
Com a palavra...

{8¬)

Ps.1 - o vídeo de Serra pode ser comprendido até pelas crianças; o de Requião fala de liberais e jaboticabas;
Ps. 2 - como vocês já sabem, tem muitas informações nos HYPERLINKS (palavras realçadas) e é só clicar neles.

06 julho, 2012

VOTAR: DE OLHO ABERTO FICA MENOS DIFÍCIL



Começou a CAMPANHA ELEITORAL.
Mais uma vez, temos – tu, inclusive - a chance de nos prepararmos para o momento de escolher as pessoas que nos representarão nas instâncias em que é decidida nossa vida no município. Pois então, mô povo, preste bem atenção no que os candidatos (e seus cabos eleitorais) vão lhe propor ou prometer.
Fundamental: compare a postura do candidato neste período eleitoral com a sua – dele – história de vida. Muita gente não concorda comigo quando afirmo que ninguém muda. Não sei se é por mineiro ser, mas continuo acreditando nisso.
É claro que não estou propondo a desconfiança paranóica. Proponho a utilização da memória como ferramenta de comparação.
Ainda que assim procedamos, nobre eleitor, não existem garantias de que teremos cidades melhores de se viver. Porém, talvez, tenhamos menos pessoas reclamando de políticos, já que os eleitores terão exercido sua cidadania ao invés de praticar o costumeiro oferecimento de pescoço ao vampiro de ocasião.
E uma cidade sem pessoas reclamando pelos cantos é sempre um bocado mais feliz.
Vamos experimentar a ÁGORA?

Ps. 1 – o som do ALICE COOPER é para animar a leitura, já hoje é sexta-feira (traga mais cerveja!)
Ps. 2 – saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palavras realçadas).

05 julho, 2012

ISTO CONTRIBUI PARA O MOVIMENTO?

Uma questão para os trabalhadores envolvidos no movimento grevista nas universidades federais: acham correto os funcionários da UFSC fecharem os portões de acesso à universidade impedindo as pessoas de transitarem?


Minha esposa foi levar Maria Cândida para a creche (que é paga, embora se situe na área do campus) e foi impedida de passar com o carro. Ao explicar que estava levando a filha para a creche, as pessoas que estavam barrando o caminho lhe disseram, sorrindo: "vai a pé". Claro que o grevista que disse isto percebia que o sol estava forte e que a criança tem apenas um ano e três meses, portanto, uma criança de colo.
Ouvi pelo rádio que estão dificultando o acesso das pessoas que vão ao hospital agendar consultas. Esta é uma maneira de conquistar apoio extra-sindicato para a causa? Este tipo de atitude contribui para o movimento?
Por que será que quase todo movimento não consegue enxergar para fora de suas fileiras? Se não se conquista quem ainda não está no movimento e, ao contrário, até espanta, com fazer o movimento crescer e fortalecer?
Acredito que as reivindicações sejam justas. Porém, esta é a maneira?


Ps.: para saber mais sobre o que estou questionando acesse: http://www.sintufsc.ufsc.br/wordpress/?p=8251

26 junho, 2012

O LIBERDADE: PURA MÚSICA DA BOA!

Pergunto porque, embora saiba que haja discordâncias, divido a músicas entre boas e ruins: gosta da boa música? Gosta de um bar de verdade? Rimando, este bar é o Liberdade. Claro que sei que a expressão "de verdade" é subjetiva. Como sou um sujeito, o que faço, penso ou falo é subjetivo. Da mesma maneira sucede contigo, nobre visitante.Voltando à vaca fria, um bar simples, ocupado - e não, apenas freqüentado - por gente tranqüila que gosta de ouvir e dançar enquanto músicos de primeira linha distribuem notas pelo ar. Pois, além de ser de verdade, este bar propicia-nos um documentário superbacana: O LIBERDADE, produzido pela MOVIOLA FILMES, dirigido por Cíntia Langie e Rafael Andreazza e premiado como Melhor Documentário no FAM 2012.
Tive a sorte e o prazer de assistí-lo no FAM 2012 que, repito todos os anos, é das melhores coisas para se curtir em Floripa. Aliás, quem vem a Floripa apenas pelas praias comete o mesmo equívoco de quem for a Paris e ficar só olhando a Tour Eiffel.
Simplificando o papo: se você gosta de cinema, não pode perder; se você gosta de boa música, não pode perder, mesmo; se você é destas pessoas cheias de manias e uma delas é gostar de boa música e cinema, aí é que não pode perder de jeito nenhum!
Experimenta só este aperitivo:





Nos bons cinemas ou nalgum cineclube perto de ti. Ou longe, que o filme merece o esforço.


Ps.: saiba mais clicando nos HYPERLINKS (palvras realçadas).

23 junho, 2012

MUITA GENTE PRONTA PRA ATIRAR A PEDRA

Cumadis e Cumpadis,
Nestes tempos em a direita brasileiras unem-se na adoração e/ou caça a santos e demônios, lembro-me de ZAPATA.
Aí tem imagens e a letra para o caso de alguém querer saber do que se trata.
Bom divertimento!
{8¬)




CORRIDO DE LA MUERTE DE EMILIANO ZAPATA
(Armando Liszt Arzubide)


Encuchen, señores, oigan el corrido,
De un triste acontecimiento;
Pues en Chinameca fue muerto a mansalva
Zapata, el gran insurrecto

Abril de mil novecientos
Decinueve, en la memoria
Quedaras del campesino
Como una mancha en la historia
Campanas de Villa Ayala,
¿por que tocan tan doliente?
Es que ya murio Zapata
Y era Zapata un valiente
El buen Emiliano que amaba a los pobres
Quiso darles libertad;
Por eso los indios de todos los pueblos
Con el fueron a luchar
De Cuautla hasta Amecameca,
Matamoros y el Ajusco,
Con los pelones del viejo
Don Porfirio se dio gusto
Trinitaria de los campos
De las vegas de Morelos,
Si preguntan por Zapata,
Di que ya se fue a los Cielos
Dice a su fiel asistente
Cuando andaba por las sierras;
Mientras yo viva, los indios
Seran dueños de sus tierras
Amapolita olorosa
De las lomas de Guerrero,
No volveras a ver nunca
Al famoso guerrillero
Con gran pesadumbre le dice a su vieja:
Me siento muy abatido,
Pues todos descansan, yo soy peregrino,
Como pajaro sin nido
Generales van y vienen
Dizque para apaciguarlo;
Y no pudiendo a la buena
Un plan ponen pa' engañarlo
Canta, canta, gorrioncito,
Di en tu cancion melodiosa;
Cayo el general Zapata
En forma muy alevosa
Don Pablo Gonzalez ordena a Guajardo
Que le finja un rendimiento,
Y al jefe Zapata disparan sus armas
Al llegar al campamento
Guajardo dice a Zapata:
Me le rindo con mi tropa,
En Chinameca lo espero,
Tomaremos una copa
Arroyito revoltoso,
¿que te dijo aquel clavel?
Dice que no ha muerto el jefe,
Que Zapata ha de volver
Abraza Emiliano al felon Guajardo
En prueba de su amistad,
Sin pensar el pobre que aquel pretoriano
Lo iba yo a sacrificar
Y tranquilo se dirige
A la hacienda con su escolta;
Los traidores le disparan
Por la espalda a quemarropa
Jilguerito mañanero
De las cumbres soberano,
Imira en que forma tan triste
Ultimaron a Emiliano!
Cayo del caballo el jefe Zapata
Y tambien sus asistentes
Asi en Chinameca perdieron la vida
Un puñado de valientes
Señores, ya me despido,
Que no tengo novedad
Cual heroe murió Zapata
Por dar tierra y libertad
A la orilla de un camino
Habia una blanca azucena,
A la tumba de Zapata
La llevé como una ofrenda...

17 junho, 2012

THE WHO: WATER

De repente, derepentemente, zapeando dou de cara com um vídeo com THE WHO tocando um singelo rock daqueles com sangue nas cordas - vocais, inclusive. Então, fiquei pensando nestes nhem nhem nhens que balançam cabeças e traseiros jurando pra si mesmo e para os incautos que estão tocando ROCK AND ROLL. Não vou citar nomes porque a lista é imensa.
Ora, mô povo! Pretem atenção na pauleira aí embaixo e confiram que o rock é além da música: é, como se dizia antigamente, atitude.
Também tem a LETRA para que quem goste possa soltar a garganta, desafinada ou não.



Ps. 1 - clique nos HYPERLINKS (palavras realçadas) para melhores informações
Ps. 2 - aumentou o volume, né?

15 junho, 2012

FAM 2012: O MUNDO NA TELA DE FLORIPA

O FAM 2012 - Florianópolis Audiovisual Mercosul começa amanhã. Imperdível!
Para quem já conhece, creio que não carece de recomendação. Para quem ainda não desfrutou do prazer deste período de intensa movimentação cultural que é o FAM, afirmo: é das melhores coisas pra se fazer e curtir em Floripa.
Como isca, veja este vídeo e sinta o clima que rolou no FAM 2011.


Saiba mais acessando http://www.audiovisualmercosul.com.br/
Venham!!!
{8¬)

31 maio, 2012

VIOLONCELOS DAS TERRAS DO UIRAPURU

Saravá, mô povo!
Fiz que fui não fui e olha eu aqui de novo na área: derrubou é pênalti e Neymar é quem cobrará. Pois, quem paca cara compra, paca cara pagará!
Para reabrir os trabalhos, ofereço esta fantástica ORQUESTRA DE VIOLONCELISTAS DA AMAZÔNIA. Se já conhece, curta de novo. Se ainda não, aproveite para conferir que há música no cenário tupiniquim muito além de axoxos, pagonejos, sertanojos & atolados que te pegam nas quermesses da vida.
Descobri esta banda ontem, tocando num evento aqui em Floripa. É simplesmente de phd#@r!

E aumente o volume que isto aí é puro rock ‘n’ roll. Tenho certeza que EDDIE COCHRAN invadiria o palco pra cantar junto.



Ps.: como sempre, o tempero está nos HYPERLINKS (palavras realçadas); clique neles para saber muito mais.

04 maio, 2012

DESTRUIR A OBRA? ASSIM NÃO, MÍRIAM LEITÃO

Pra fechar esta série (porque o assunto permanecerá), que tal reler esta postagem de REINALDO AZEVEDO a respeito de artigo de MÍRIAM LEITÃO sobre a questão racial brasileira, na qual ela trata de cotas raciais, inclusive. O artigo de Míriam a que Reinaldo se refere é DESTRUIR A OBRA.
Que tal refletir sobre o tema deixar sua opinião nos comentários.



08/03/2010 às 20:44


A jornalista de economia Miriam Leitão é um dos alvos costumeiros do subjornalismo a soldo que toma conta da Internet. Mais de uma vez, sua reputação profissional foi atacada de maneira vil pelos tontons-maCUTs, especialmente nos tempos em que ela ficou praticamente sozinha na defesa da sobrevalorização cambial. À época, eu achava que ela estava equivocada — o que ficou claramente evidenciado. Mas nunca considerei que fosse má fé. Às vezes, as pessoas erram.
Seu prestígio profissional, felizmente, sobreviveu a um erro histórico. Sinal de que ela tinha e tem qualidades que podem suportar uma escolha errada. Quando se erra de boa-fé, sempre há a chance para corrigir as falhas. Miriam, é verdade, nos tempos da sobrevalorização cambial, não abria muito espaço para o contraditório. Havia sempre a sugestão nada leve de que os que se opunham à sua teoria gostavam mesmo era de farra, de inflação, de gastança.
Compreendo. Há pessoas que têm esse temperamento, vamos dizer, obsessivo. Quando abraçam uma causa, consideram que o contraditório significa uma aposta na barbárie. Sentem-se, assim, donas da civilização, do moderno, do progresso.
Miriam tem, no momento, duas “sobrevalorizações cambiais”: o aquecimento global e o suposto racismo no Brasil. A simples sugestão de que as coisas possam não ser como diz a militância basta para que os “adversários” sejam lançados à condição de obscurantistas, de reacionários, de inimigos do progresso e da civilização.
Sua coluna no Globo, reproduzida em seu blog, sobre a fala do senador Demóstenes Torres é um primor de preconceito, grosseria e, lamento dizer, confusão conceitual e histórica. Não vou me ater à sua leitura do racismo etc e tal porque repetiria argumentos. Quero me fixar na segunda metade do artigo. Ela vai em vermelho; eu, em azul:

No Brasil, o esforço focado nos negros é chamado de discriminação. E os brancos pobres? Perguntam. Eles estão também nas ações afirmativas, e nas cotas, mas o curioso é que só se lembre dos brancos pobres no momento em que se fala em alguma política favorável a pretos e pardos.
Miriam Leitão faz de conta que ela respondeu a questão que ela mesma se fez. Mas não respondeu. Recoloco a pergunta: “E os brancos pobres?” Ainda que fosse verdade que só se lembraram deles agora, a questão continua sem resposta. E é mentira que as coisas pararam por aí: muitos defendem — NÃO É O MEU CASO, DEIXO CLARO — cotas sociais nas universidades. Não é o meu caso porque acho que o problema está na qualidade dos ensinos fundamental e médio.
É temporada da coleção de argumentos velhos que reaparecem para evitar que o Brasil faça o que sugeriu Joaquim Nabuco, morto há 100 anos, em frase memorável: “Não basta acabar com a escravidão. É preciso destruir sua obra.”
Máxima vênia, o Nabuco de Miriam Leitão tem a mesma profundidade do Gilberto Freyre de Aiatoéllio Gaspari. A frase pinçada inverte o sinal da obra do abolicionista pernambucano. Ele pensava numa nação integrada, não num país que subtraísse direitos de alguns pobres porque brancos para dar a outros pobres porque negros. É essa imoralidade básica que Miriam Leitão e os defensores das cotas se negam a debater.
Diante de qualquer proposta para reduzir as desigualdades raciais, principal obra da escravidão, aparece alguém para declamar: “Todos são iguais perante a lei.” E são. Mas o tratamento diferenciado aos discriminados existe exatamente para igualar oportunidades e garantir o princípio constitucional.
O argumento é tristemente falacioso. Isso não poderia ser feito subtraindo um direito universal. E o direito de um estudante — branco, pobre, preto, rico ou pobre — ter acesso à universidade segundo o critério do desempenho está assegurado pela Constituição. Miriam está confundindo as bolas. O negro não pode ser tratado como um portador de necessidades especiais. Aliás, eis um bom exemplo: cada vez mais, com acerto, os locais públicos se caracterizam pela chamada “acessibilidade”: as pessoas com deficiências merecem um tratamento desigual para que possam ter direitos iguais. CORRETÍSSIMO. Mas os direitos dos outros continuam intocados. Ademais, esquece-se o que está em debate: na UnB, um branco pobre pode ser preterido em benefício de um negro rico. Isso é um fato. O sistema é tão estúpido que aprovou um dos gêmeos no regime de cotas e rejeitou o outro. O Brasil precisa cuidar é de fazer com que a universidade pública, especialmente nos cursos de alta performance, não seja monopólio dos ricos.
O senador Demóstenes foi ao Supremo Tribunal Federal com um argumento extremado: o de que os escravos foram corresponsáveis pela escravidão.
É mentira, Miriam Leitão! Sua afirmação é tão mentirosa quanto aqueles que afirmavam que você defendia a sobrevalorização cambial porque tinha interesses escusos no sistema. O senador Demóstenes não afirmou isso. Ao transcrever a sua [dele] fala, você mesma prova que não.
“Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para a Europa. Não deveriam ter chegado na condição de escravos, mas chegaram. Até o princípio do século XX, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana.”
Estude mais e se indigne menos. É história. E isso não faz os escravos co-responsáveis pela escravidão.
Pela tese do senador, eles exportaram, o Brasil importou. Simples. Aonde o crime? Tratava-se apenas de pauta de comércio exterior. Por ele, o fato de ter havido escravos na África; conflitos entre tribos; tribos que capturavam outras para entregar aos traficantes, e tudo o mais, que sabemos, sobre a história africana, isenta de culpa os escravizadores.
Quem disse que isenta? Isso é só um relato do que foi a história da África e do que foi a história da América e da Europa. Quem está fazendo a leitura moral é você, não Demóstenes.
Trazido a valor presente, se algumas mulheres são vítimas de violência dos maridos, isso autoriza todos a agredi-las.
A afirmação é de uma estupidez ímpar. Como Miriam Leitão saltou de uma coisa para chegar à outra é um desses mistérios típicos de uma mente militante, que submete o pensamento ao filtro do ódio. Nesse estágio, ela já parou de pensar.
Ou se há no Brasil casos de trabalho escravo e degradante, isso permite aos outros povos que façam o mesmo conosco. Qual o crime? Se brasileiros levam outros brasileiros para áreas distantes e, com armas e falsas dívidas, os fazem trabalhar sem direitos, qualquer povo pode escravizar os brasileiros.
Desculpe a palavrinha dura, mas o nome disso é vigarice intelectual. Assim seria se Demóstenes tivesse LEMBRADO FATOS HISTÓRICOS para justificar a escravidão. Mas ele não fez isso. Essa é a mentira que vocês, militantes, inventaram.
O senador Demóstenes é um famoso sem noção e com ele não vale a pena gastar munição e argumentos. Que ele fique com sua pobreza de espírito.
Bem, aqui Miriam Leitão revela toda a qualidade do seu argumento. Não podendo contestar o senador, diz que é melhor “não gastar munição”. Bela maneira de debater! Basta desqualificá-lo, e tudo está resolvido. Quais são os outros episódios em que Demóstenes se mostrou um “famoso sem-noção”? Em que mais, a seu juízo, ele está errado? Desde quando a história real, vivida, documentada, é evidência de “pobreza de espírito?”
O que me incomoda é a incapacidade reiterada que vejo em tantos brasileiros de se dar conta do crime hediondo, do genocídio que foi a escravidão brasileira.
Há uma boa possibilidade de que Miriam Leitão não saiba o que é “genocídio”. Até como metáfora ou hipérbole, a palavra é ruim. Por maus motivos do ponto de vista moral, mas atendendo a um sentido econômico, senhora repórter e colunista de economia, fosse a cor de pele sinônimo de raça, a economia colonial não incentivou o genocídio, mas a multiplicação de negros. Era capital. O fato de praticamente a metade dos brasileiros ser mestiça indica a facilidade com que, depois, a miscigenação aconteceu. Quando ela decidir se reunir com Aiatoélio Gasparti para ler Casa Grande & Senzala, vai descobrir, inclusive, que o negro foi o elemento mais, digamos, hígido da formação do povo brasileiro. A tese do genocídio é parente da tese do “estupro original”, e ambas são manifestações da ignorância militante. Miriam Leitão escreve sobre economia. Espera-se dela um aporte racional. O que afirma acima tem muito de fígado e nada de cérebro.
Não creio que as ações afirmativas sejam o acerto com esse passado. Não há acerto possível com um passado tão abjeto e repulsivo, mas feliz é a Nação que reconhece a marca dos erros em sua história e trabalha para construir um futuro novo. Feliz a Nação que tem, entre seus fundadores, um Joaquim Nabuco, que nos aconselha a destruir a obra da escravidão.
Ah, as ações afirmativas não são o acerto com o passado? E como é que se faz esse acerto, então? Agora Miriam Leitão decidiu que não está nem de um lado nem de outro: está ACIMA do debate. É um bom lugar para ficar desde que se diga por quê e com quais elementos. Eu também não acho que as ações afirmativas sejam o acerto com esse passado; eu também acho que é preciso reconhecer os erros — só não sei, e nem ela sabe, o que é exatamente “a nação” culpada. Eu acho que essa culpa não está no branco pobre preterido na universidade porque não tem a cor considerada influente pelos ongueiros e pela Fundação Ford.
Quanto a passados abjetos e repulsivos, vamos ver. Miriam Leitão diria o mesmo sobre os povos africanos que escravizaram povos africanos? Gana, por exemplo, tem “acerto possível” com seu passado repulsivo? E a Europa? E os Estados Unidos? E o Brasil?
Alô, Miriam Leitão, responda-me: ONDE É QUE SE ESCONDE A TRIBO DOS HOMENS INOCENTES? Eu lhe respondo: na imaginação de alguns europeus apostaram no bom selvagem nas Américas. Até que chegaram aqui e descobriram que os bons selvagens comiam Sardinha. Eu estou me referindo, Miriam, ao Bispo Sardinha!
Miriam Leitão é uma competente jornalista de economia. Até quando ela erra, sempre o faz com muito estilo. O melhor elogio que lhe posso fazer é este: às vezes, prefiro ela errando a outros acertando. Por isso, quero impedir que ela se torne, sei lá, uma espécie de romântica desacorçoada. Há, sim, Miriam, forma de a gente se acertar com o passado abjeto: construindo uma sociedade democrática, onde todos sejam iguais perante a lei e onde vigore o estado de direito.
Onde quer que esse modelo tenha sido aplicado, acredite, os resultados foram excelentes. Já os que tentaram outro caminho — e tanto você como eu acreditamos nele um dia — só produziram injustiças e uma montanha de cadáveres.
Desculpe-se com o senador Demóstenes, Miriam. E não se desespere. A civilização tem futuro!

Por Reinaldo Azevedo



Ps.: para mais informações, navegue pelos HYPERLINKS (palavras realçadas)