Aí vai um poemeu composto alguns muitos anos atrás, num momento diferente e, por incresça que parível, sem tanto motivo para. Apenas livre exercício. Livre inclusive de recomendações às crianças para que não façam em casa.
Vamos ao despoema natalino?
Carpe, possível sendo.
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NATAL
o espírito natalino pegou-o
quer beber ainda mais
odeia o sorriso besta
a porquice imensa
aquelas boas almas impregnadas de
pompa circunstâncias e
lavanda de shopping
como sempre
alguns babacas
que lhe encheram o saco o ano inteiro
virão desejar-lhe feliz natal
e ele lhes retribuirá sorrindo
(como um jacaré sorrindo
para a canela
de quem cai da canoa
e há sempre alguém caindo)
deseja o caos
o transbordar do lodaçal
lama entupindo a boca dos puros
uma gaita geme um blues
a ira aumenta
não é solidão
não há saudades
as pessoas que trariam saudades
não merecem vê-lo agora
é apenas o ódio subindo à cabeça
como o álcool
mas
cuidado
não eufemize
não está bêbado ou revoltado ou
deprimido ou injuriado ou etc.
apenas pura e simplesmente odiando
e se ainda acreditas que ele te gosta
não venhas à minha mesa agora
Cosmó, anos 80
2 comentários:
Puta que pariu...Confesso que vi um Shasça abrindo a boca como o jacaré do poema. E naquele tempo, acho que eu tb abriria, Enfim, com razão ou sem razão para, parabéns meu amigo por mais esta prova de fino trato com as palavras. ( Às vezes nem tão fino pela agudeza delas, mas apropriadas finamente para a circunstância).
Nelson da Cunha
E como seria um despoema de Natal de um Shasça pré-2010???
Curiosidade... rsrs.
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